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Pesquisadores da Universidade de Coimbra apostam na criação de sistema para prever tipo de parto

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

quarta-feira. 1 novembro 2023 11:55

Uma equipe de pesquisadores do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) da Universidade de Coimbra, em Portugal, em conjunto com pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), apostam no desenvolvimento de um sistema que tem como objetivo prever, através de análise computacional, a possibilidade/probabilidade de um parto vaginal após a indução do mesmo.

Atualmente, as induções de trabalho de parto são realizadas cada vez mais frequentemente, mas nem sempre terminam num parto vaginal. Foi precisamente este o ponto de partida para a pesquisa de Iolanda Ferreira, doutoranda em Ciências da Saúde, orientada pela Dra. Ana Luísa Areia, professora da FMUC, e coorientada pelo Dr. João Nuno Correia, professor da FCTUC.

“Logo no começo, todas as induções têm 30 a 35% de probabilidade de acabar em cesariana, portanto, sabemos de antemão que 70% das mulheres vão ter um parto vaginal. No entanto, se dessas 30% conseguíssemos precisar que vão realmente terminar em cesariana, poder-se-ia aconselhar de forma adequada e proativa sobre a necessidade de indução de trabalho de parto, um processo árduo para a mãe, o feto e que, de fato, pode acrescer na carga emocional e econômica associadas a este procedimento”, explicou Iolanda Ferreira.

Assim, “sendo um procedimento tão frequente, que gera tantos dados, pensamos que talvez pudéssemos utilizar uma técnica que fizesse a sua análise para ajudar os médicos a perceber se vale a pena ou quando vale a pena investir numa indução para obter um parto vaginal”, revelou a doutoranda, realçando que, neste momento, os obstetras investem na indução de parto em todas as mulheres, sabendo desde o começo, por determinadas caraterísticas, em quais este poderá ou não acontecer por via vaginal.

Portanto, de acordo com o professor João Nuno Correia, “a ideia é chegar a algo que, através da fusão de dados (tabulares e imagens), forme um módulo de apoio que forneça informação personalizada sobre cada grávida, acerca da elevada probabilidade de parto vaginal após indução. Se esta for elevada, a indução será executada com maior confiança. Caso contrário, ou seja, exista uma probabilidade de cesariana bastante elevada, a grávida pode ser aconselhada de outra forma”.

Apesar deste ser um tema já estudado, “a inovação nesta investigação é prever o tipo de parto também utilizando os dados de imagem ecográfica. O clínico baseia-se na história clínica da pessoa e nas suas características no seguimento daquela gravidez, e queremos ver se o sistema, ao analisar aquela combinação de dados clínicos e imagens, percebe de uma forma que posteriormente ajude ou não a tirar alguma conclusão”, destacaram os pesquisadores.

Até ao momento, a equipe de pesquisa já tem analisados os dados de 2600 mulheres, seguidas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que apontam para resultados promissores. O próximo passo é analisar as ecografias recolhidas e, posteriormente, criar uma ferramenta com todos estes dados e testá-la em pessoas reais.

De acordo com os investigadores, “esta colaboração entre o DEI e a FMUC é fundamental, porque futuramente vai apoiar a decisão dos médicos antes do parto, e consequentemente, permitir melhorar tanto os desfechos neonatais como as experiências das mulheres no parto”, concluíram.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Sara Machado, FCTUC.

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