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Câncer de cabeça e pescoço: 90% dos casos poderiam ser curados se diagnosticados precocemente
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que o Brasil registre mais de 222 mil casos de câncer de cabeça e pescoço este ano, sendo que 90% desses casos poderiam ser curados se diagnosticados precocemente. A criação da campanha Julho Verde foi pensada para que o mês seja dedicado à conscientização e prevenção da doença. Sobre o assunto, o Dr. Flavio Hojaij, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), conversou com o Jornal da USP 1ª Edição.
Respondendo perguntas fundamentais na composição da campanha Julho Verde, o professor iniciou dizendo que esse tipo de câncer pode ser evitado, quando as pessoas tomam consciência de que alguns hábitos, como a prática do fumo e do consumo de álcool, são prejudiciais. Para ele, o “cuidado com a saúde da cavidade oral é uma das coisas fundamentais nos nossos cuidados”, para evitar a formação de ‘carcinomas de células escamosas’.
Médicos e dentistas fazem a detecção dos tumores, que podem ser resolvidos em 90% dos casos, se diagnosticados precocemente. No entanto, para os casos mais avançados, esse tipo de câncer “é um dos mais devastadores para um indivíduo”, complementou o professor Hojaij. Por isso, é preciso estar atento a dores de garganta que perduram por mais de 15 dias, aftas e manchas brancas e vermelhas na cavidade oral por mais de duas semanas, nódulos na região do pescoço e rouquidão. O professor também destacou que o contato com o HPV, papilomavírus humano, pode induzir à formação de um carcinoma orofaríngeo, na região da boca e da garganta.
Atenção aos sintomas
Após a detecção do problema, a medida a ser tomada, em um primeiro momento, é o contato com um otorrinolaringologista ou um cirurgião de cabeça e pescoço. Ainda que a evolução da doença costume ser mais demorada, já que se diferencia de casos no pâncreas ou intestino grosso, que se espalham com mais facilidade, por ter sua evolução nos gânglios do pescoço, o professor Flávio Hojaij destacou a importância da atenção aos sintomas persistentes, uma vez que o tratamento para os casos mais avançados costuma ser ‘mais agressivo’.
A reincidência do câncer de cabeça e pescoço costuma ocorrer em indivíduos com hábitos de fumo, pouca higiene bucal e consumo de bebidas alcoólicas. Nesses casos, o professor diz que “eles têm uma chance de 20% de ter o tumor novamente”, sendo proporcional ao tempo persistindo nessas atitudes. Um segundo caso é decorrente do tamanho do tumor, que pode ocasionar o ‘estadiamento’: “Quanto maior o grau do tumor, maior a chance, mesmo com bons tratamentos, de um tumor recidivar”, complementou o pesquisador.
O professor finalizou enfatizando que a educação e a conscientização, como a criação de uma cartilha para crianças, são dois dos principais caminhos para o combate à doença: “Nós acreditamos que a educação seja a maior prevenção em saúde. Quanto mais a população for orientada, mais rica será nossa população em saúde”.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Jornal da USP no Ar.
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