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Pesquisadora da Unesp se inspira em conceitos do origami para aprimorar instrumentos médicos
Associado ao Japão e com ramificações na China, o origami é uma arte milenar tão antiga quanto o próprio papel, motivo pelo qual sua origem ainda é tema de debate entre historiadores. Na cultura nipônica, seu surgimento está associado inicialmente a cerimônias religiosas e festivas, mas com o tempo foi se difundindo a ponto de ser ensinado às crianças nas escolas. Nas últimas décadas, entretanto, a arte do origami vem se perpetuando para além do aspecto cultural e artístico, estabelecendo relevantes relações com áreas da ciência e tecnologia.
No campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru, uma pesquisadora da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC-Unesp) vem explorando aplicações da arte milenar nipônica na Medicina. Samanta Aline Teixeira é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Design e desenvolve sua pesquisa explorando a aplicação da arte da dobradura nipônica para o design de instrumentos médicos.
A pesquisa, que conta com o apoio da FAPESP, estuda como o design de produto inspirado em origami pode melhorar dois aparatos usados pelos médicos: o espéculo vaginal e a bolsa de morcelamento. A partir do uso de técnicas e da criação de novas metodologias de projeto, a finalidade do estudo é tornar os instrumentos mais ergonômicos e eficientes em seu processo de fabricação, por exemplo, usando materiais mais baratos na sua produção.
Técnicas de origami permitem explorar compactação e expansão dos objetos
A pesquisadora faz um recorte específico para uma aplicação inédita e prática do design de produto inspirado em origami na área da Medicina. Após conversar com seu orientador, o Dr. Galdenoro Botura Junior, e sua coorientadora, a Dra. Thaís Regina Ueno Yamada, ambos professores no Programa de Pós-Graduação de Design da FAAC-Unesp, Samanta começou a pensar em possíveis áreas de atuação.
Comum na cirurgia laparoscópica, que é considerada um procedimento médico minimamente invasivo, a bolsa de morcelamento é utilizada para a realização de procedimentos na região abdominal do paciente, como biópsias e a histerectomia (remoção do útero), por exemplo. No procedimento, o cirurgião insere essa bolsa na cavidade abdominal para depositar tecidos de interesse e removê-los do corpo do paciente de forma segura.
De acordo com Samanta, o raciocínio do origami é aplicado no design na forma de dobras que melhoram a compactação e expansão do instrumento na cavidade abdominal. Esse ponto é fundamental em uma cirurgia pouco invasiva e pode contribuir para uma recuperação mais rápida ao paciente.
Por sua vez, o espéculo vaginal é usado no exame Papanicolau, um teste importante na prevenção do câncer de colo de útero em mulheres, e outros procedimentos clínicos e cirúrgicos no canal vaginal. Utilizado na abertura do canal vaginal, o principal problema do espéculo é o desconforto e incômodo que as pacientes enfrentam. Logo, o estudo avalia o uso do design de dobras para que a abertura das lâminas seja mais suave e a aplicação do PLA, um material biodegradável derivado de fontes renováveis, como a mandioca.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unesp.
Fonte: Isabella Siqueira, Jornal da Unesp.
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