Destaque

Tecnologia desenvolvida na UnB aprimora próteses faciais

Fonte

UnB | Universidade de Brasília

Data

domingo. 16 junho 2024 13:55

Combinando tecnologia e inovação na área da saúde, um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas e do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB) registrou recentemente uma patente em parceria com a empresa CPMH, que desenvolve soluções cirúrgicas. A inovação envolve o uso de nanopartículas de grafeno para melhorar as propriedades mecânicas de próteses faciais.

Ao todo, participam do grupo de pesquisa seis professores, um estudante de pós-doutorado e um doutorando. As instituições estabeleceram colaborações e parcerias técnico-científicas a partir do projeto de pesquisa Nanomateriais inseridos em plataformas fabricadas por impressão tridimensional para aplicações em saúde.

Coordenado pela professora Dra. Sônia Báo, o projeto foi selecionado em chamada pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em 2020, mas só teve início em 2022, devido à pandemia de COVID-19.

“Esse é um projeto guarda-chuva, que nos permitiu trabalhar em várias linhas de pesquisa, como a das próteses usando a impressora 3D, por exemplo”, explicou a professora Sônia.

A professora comentou que o projeto possibilita a continuidade de estudos iniciados há décadas: “Permite a ampliação e investigação da aplicabilidade da nanoestrutura e da impressão 3D, buscando resolver problemas de saúde de maneira geral”.

Pesquisa

Agora patenteado, o estudo desenvolvido por Thyago Pacheco – doutorando em Biologia Animal, mestre em Nanociência e graduado em Biotecnologia pela UnB – está inserido em uma das linhas de pesquisa do projeto. Por meio da aplicação do grafeno, foi possível aumentar os padrões de resistência e durabilidade das próteses mandibulares, em comparação com as já existentes no mercado.

“Realizei os primeiros testes incorporando o grafeno à prótese facial, mas ele pode ser utilizado em outras articulações do corpo”, esclareceu Thyago. Ele explicou que esse tipo de prótese substitui a articulação temporomandibular, responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, além das ações de mastigar, bocejar, falar e cantar.

A prótese mandibular é usada para reconstruir parcial ou totalmente a articulação de pacientes com dor, disfunção ou mutilação anatômica. Casos comuns para indicação de uso incluem perda da articulação, fraturas não reparadas, necrose vascular, distúrbios congênitos e doenças inflamatórias e degenerativas graves.

Para o pesquisador, o principal ganho com a pesquisa é ampliar o tempo de utilização da prótese. “A peça hoje produzida pela indústria é feita de poliestireno de alto peso molecular, mas tem um grande problema, pois a durabilidade é de cerca de 15 anos. Depois precisa ser substituída”, comentou. A durabilidade exata da prótese em estudo será determinada em etapa de pesquisa posterior, contudo, deverá ser superior à daquelas disponíveis no mercado.

Prótese Mandibular de Polietileno Modificada com Óxido de Grafeno, como é chamada no estudo, foi testada em diferentes níveis de complexidade, resultando em um aumento da resistência, durabilidade e personalização da prótese.

Importância da pesquisa

Segundo os pesquisadores, estima-se que mais de meio milhão de próteses desse tipo sejam extraídas para substituição anualmente, apenas nos Estados Unidos, refletindo a magnitude do problema em escala global. Eles estimam que, além do impacto na qualidade de vida dos pacientes, o novo item deve reduzir os custos associados às substituições periódicas das próteses.

“Esse tipo de pesquisa realmente transforma a sociedade e traz benefícios a curto e longo prazo. Ela melhora a qualidade de vida e a saúde pública, unindo ciência e tecnologia para aprimorar a saúde”, refletiu o professor Dr. João Paulo Longo, membro do grupo de pesquisa. “Essa prótese reduzirá despesas públicas, já que as atuais precisam ser substituídas, gerando altos custos”, comentou.

A equipe menciona que os próximos passos da pesquisa envolvem a realização de estudos clínicos para validar a eficácia e a segurança da nova tecnologia, conforme exigido pelas regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa etapa crucial permitirá que a tecnologia patenteada avance do laboratório para o mercado.

Acesse a notícia completa na página do Portal UnB Ciência.

Fonte: Luis Gustavo Prado, Secom UnB.

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