Destaque

Tecnologia desenvolvida na Nova Zelândia permite o monitoramento da glicemia sem agulha

Fonte

Universidade de Auckland

Data

sexta-feira. 12 novembro 2021 07:40

Uma tecnologia que não usa agulha para permitir às pessoas com diabetes medir os níveis de glicose no sangue está mais próxima da realidade depois de um projeto de pesquisadores do Instituto de Bioengenharia de Auckland (ABI), na Nova Zelândia.

Os pesquisadores voltaram suas atenções para a ‘injeção em jato’ sem agulha, uma técnica emergente, mas bem desenvolvida, na qual uma droga é administrada diretamente com um jato estreito de fluido de alta velocidade.

Em um estudo publicado na revista científica Journal of Diabetes Science and Technology e liderado por Jiali Xu e pelo Dr. James McKeage, os pesquisadores demonstraram pela primeira vez que um injetor em jato também poderia ser usado para coletar amostras de sangue de humanos – ou seja, liberar sangue suficiente para amostragem de glicose, sem agulhas.

Pessoas com diabetes normalmente precisam medir sua concentração de glicose no sangue várias vezes ao dia, furando seus dedos com uma agulha para liberar uma gota de sangue que é usada por um medidor de glicose, que indica o valor da glicemia.

As pontas dos dedos são o local preferido para a coleta de sangue porque têm uma alta densidade de vasos sanguíneos. Mas as pontas dos dedos também são sensíveis, e a dor, danos à pele, hematomas e risco de infecção por “picadas” regulares estimularam esforços crescentes para desenvolver métodos sem agulha de teste de sangue para pessoas com diabetes.

A injeção em jato é atraente por vários motivos – incluindo o óbvio, já que não usa agulha, e tem sido o assunto de anos de pesquisa da equipe do Laboratório de Bioinstrumentação do ABI da Universidade de Auckland, que inclui o desenvolvimento de injetores para a aplicação de drogas como insulina, nicotina e como anestésico local para tratamento odontológico.

A pesquisadora Jiali Xu e a equipe demonstraram que a tecnologia também poderia ser usada para perfurar a pele com um pequeno volume de solução salina inofensiva, e isso liberaria sangue suficiente para medição da concentração de glicose.

O estudo envolveu 20 participantes saudáveis, dos quais cada um recebeu uma picada de lanceta (a agulha padrão) e injeção em jato através de três bicos de tamanhos e formatos diferentes. “[Os jatos] foram projetados para imitar o ferimento deixado por uma picada de lanceta, na expectativa de que poderia liberar sangue de uma forma semelhante à picada da lanceta”, disse Jiali Xu.

O estudo mostrou que sim, com alguns formatos de bocal com desempenho melhor do que outros – um bocal em forma de ‘fenda’ liberava mais sangue do que um bocal em forma de círculo, por exemplo. A maioria dos diferentes bocais de injeção do jato foram geralmente percebidos como não mais dolorosos do que uma lanceta padrão e, em alguns casos, menos dolorosos: os participantes não podiam ver o procedimento.

Eles também foram convidados a preencher um questionário 24 horas depois, para reavaliar o nível de dor, inchaço ou hematoma.

“Espero que esta pesquisa contribua para a melhoria da saúde humana, especialmente no controle do diabetes”, concluiu Jiali Xu.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).

Fonte: Margo White, Universidade de Auckland.

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