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Revestimento inovador para vasos sanguíneos reduz a rejeição de órgãos transplantados
Pesquisadores descobriram uma maneira de reduzir a rejeição de órgãos após um transplante, usando um polímero especial para revestir os vasos sanguíneos do órgão a ser transplantado.
O polímero, desenvolvido pelo Dr. Jayachandran Kizhakkedathu e sua equipe do Centro de Pesquisa do Sangue do Instituto de Ciências da Vida da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, diminuiu substancialmente a rejeição de transplantes em camundongos quando testados por colaboradores da Universidade Simon Fraser, também no Canadá, e da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
“Temos esperança de que esse avanço um dia melhore a qualidade de vida dos pacientes transplantados e a vida útil dos órgãos transplantados”, disse o Dr. Kizhakkedathu.
Os resultados foram publicados na revista científica Nature Biomedical Engineering.
A descoberta tem o potencial de eliminar a necessidade de medicamentos – geralmente com efeitos colaterais graves – dos quais os receptores de transplantes precisam para evitar que seus sistemas imunológicos ataquem um novo órgão como um objeto estranho.
O Dr. Kizhakkedathu explicou como esse problema surge: “Os vasos sanguíneos dos nossos órgãos são protegidos com uma cobertura de tipos especiais de açúcares que suprimem a reação do sistema imunológico, mas no processo de obtenção de órgãos para transplante, esses açúcares são danificados e não podem mais para transmitir sua mensagem”.
A equipe do Dr. Kizhakkedathu sintetizou um polímero para imitar esses açúcares e desenvolveu um processo químico para aplicá-lo aos vasos sanguíneos. Ele trabalhou com o Dr. Stephen Withers, professor de Química da Universidade da Colúmbia Britânica, e os coautores principais do estudo, o doutorando Daniel Luo e a Dra. Erika Siren.
O trabalho do Dr. Jonathan Choy e da Dra. Winnie Enns, da Universidade Simon Fraser, também confirmou que uma artéria de camundongo, revestida com o polímero e depois transplantada, apresentava resistência superior e de longo prazo à inflamação e rejeição. O Dr. Caigan Du, também da Universidade da Colúmbia Britânica, e a Dra. Jenny Zhang, da Universidade Northwestern, obtiveram resultados semelhantes em um transplante de rim entre camundongos. A Dra. Megan Levings, professora na Universidade da Colúmbia Britânica e profissional do BC Children’s Hospital Research Institute confirmou as descobertas usando células imunológicas de nova geração.
“Ficamos maravilhados com a capacidade desta nova tecnologia de prevenir a rejeição em nossos estudos”, disse o Dr. Choy, professor de Biologia Molecular e Bioquímica da Universidade Simon Fraser. “Para ser honesto, o nível de proteção foi inesperado.”
O procedimento foi aplicado apenas em vasos sanguíneos e rins em camundongos até agora. Os ensaios clínicos em humanos ainda podem demorar vários anos. Ainda assim, os pesquisadores estão otimistas de que ele possa funcionar igualmente bem nos pulmões, no coração e em outros órgãos, o que seria uma ótima notícia para os possíveis receptores de órgãos doados.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Colúmbia Britânica (em inglês).
Fonte: Erik Rolfsen, Universidade da Colúmbia Britânica.
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