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Projeto de qualificação profissional reduz tempo de permanência na emergência do SUS
A superlotação nos serviços de urgência e emergência sempre foi apontada como um dos principais problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Embora seja único, o serviço é ofertado gratuitamente ou mediante pagamento. E com a chegada da pandemia, a barreira aparentemente intransponível entre o atendimento público e o conveniado, feito pela rede particular, se dissolveu.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pouco mais de 28% dos brasileiros eram clientes de algum tipo de plano de saúde em 2019. Em alguns Estados, no entanto, mesmo para essa pequena parcela da população, não há garantias de acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em São Paulo, por exemplo, 86% dos hospitais privados identificaram aumento rápido e crescente de internações por COVID-19 nos dez primeiros dias do ano. Um levantamento do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo apurou que 72% dos hospitais tinham taxa de ocupação dos leitos de UTI superior a 71%.
“A superlotação constitui um fenômeno contemporâneo e global, em que suas causas e consequências ocasionam forte impacto sobre a gestão clínica e a qualidade do atendimento. Portanto, não pode ser considerado um fenômeno isolado”, afirmou a Dra. Gizelda Monteiro da Silva, gerente do Laboratório de Implementação do Conhecimento em Saúde do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.
É deste laboratório o projeto Desenvolvimento Gerencial, que qualificou quase 5 mil profissionais da saúde atuantes em hospitais conveniados por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). “O laboratório tem como objetivo produzir, sistematizar e difundir o conhecimento em saúde, por meio de capacitações e modelos de consultoria, contribuindo dessa forma para o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde e consequentemente melhorando a saúde da população brasileira”, disse a gestora.
Gizelda concluiu o doutorado na Faculdade de Educação da USP, com a tese Instrumentos e práticas avaliativas dos estágios de enfermagem em instituições hospitalares: perspectivas de coordenadores e docentes. Para ela, que também é enfermeira, sua formação interdisciplinar possibilitou aliar princípios de educação permanente em saúde, planejamento estratégico e melhoria do cuidado em saúde.
O projeto Desenvolvimento Gerencial já ocorreu em São Paulo nos anos de 2014 e 2015, com a participação de 12 hospitais. Iniciativas como essa endossam os arranjos adotados por gestores públicos para o aumento do número de leitos de UTI durante a pandemia.
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) informou em comunicado que o SUS tem média de 1,4 leitos para cada 10 mil habitantes, contra 4,9 da rede privada. Para a AMIB, é fundamental mapear a capacidade de atendimento das UTIs nas diversas regiões do País, definindo planos de ação para atender a população.
Acesse a notícia completa no Jornal da USP.
Fonte: Jornal da USP.
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