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Professor da Unifesp desenvolve estratégia para amenizar o impacto da pandemia em aulas práticas
Pesquisa realizada pelo professor Dr. Camilo Lellis-Santos, do Departamento de Ciências Biológicas do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo (ICAQF/Unifesp) – Campus Diadema, demonstra possibilidades de realização de aulas práticas on-line e à distância utilizando smartphones como ferramentas didáticas. O estudo foi pensado a partir da premissa de que os métodos aplicados remotamente não se equiparam àqueles praticados na educação presencial – pela questão da falta de aulas laboratoriais – e considera especialmente a disciplina de Fisiologia.
De acordo com o pesquisador, instrumentos educacionais disponíveis remotamente para realização de atividades práticas em Fisiologia são escassos. Além disso, a experimentação depende da coleta de dados que, muitas vezes, exige equipamentos caros, por isso o aprendizado dependeria essencialmente dos laboratórios institucionais. Desse modo, o projeto sugere a experimentação assistida empregando smartphones como ferramentas didáticas. “Trata-se da organização e partilha de possibilidades para realização de aulas práticas no ensino remoto por meio da experimentação mediada por smartphone”, afirmou o Dr. Lellis-Santos.
Com isso, a pesquisa apresenta o conceito de Laboratório de Aprendizagem Móvel (MobLeLab) – uma série de aplicativos desenvolvidos para dispositivos portáteis que atua como um “minilaboratório” para atividades práticas, permitindo a coleta de dados científicos, tais como variáveis fisiológicas, por meio dos sensores do aparelho –, baseado na ideia de que as experiências podem ser realizadas em qualquer lugar ou momento pelos alunos.
O estudo estabelece uma classificação dos MobLeLabs apoiada na forma como os dados são coletados: simuladores, embutidos e plug-in. O intuito dessa categorização é organizar e auxiliar a comunicação entre educadores. São apresentadas, ainda, ideias sobre como utilizar os sensores dos dispositivos móveis para coleta de dados, princípios de protocolos para o ensino de Fisiologia utilizando aplicativos específicos e a importância desses para que se estimule o raciocínio do método científico pelos alunos.
Conforme aponta o estudo, a utilização dos laboratórios de aprendizagem móveis para compreensão dos conceitos de Fisiologia é concebível graças ao número de variáveis do corpo humano que podem ser coletadas através de métodos não invasivos. Além disso, o desenvolvimento dos aplicativos para monitoramento de saúde deve incentivar educadores na criação, execução e análise de protocolos traçados para o ensino de Fisiologia destinado a alunos do ensino fundamental, médio e superior.
Segundo o professor, essa é a primeira pesquisa nacional a abordar a questão das aulas práticas durante a pandemia e, com isso, ele pretende auxiliar outras instituições, assim como contribuir para amenizar os impactos da pandemia de COVID-19 no ensino. Para ele, os MobLeLabs são uma realidade viável para o ensino e aprendizagem remotos tanto em situações de emergência, como no atual cenário de pandemia, quanto pode ser uma solução para instituições com baixo auxílio financeiro destinado a equipamentos laboratoriais, por exemplo.
Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista científica Advances in Physiology Education.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia na página da Unifesp.
Fonte: Juliana Cristina, Unifesp.
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