Destaque

Pessoas com esquizofrenia podem ter dificuldade em reconhecer rostos humanos

Fonte

UFPE | Universidade Federal de Pernambuco

Data

quinta-feira. 9 novembro 2023 13:35

A esquizofrenia é um transtorno mental incapacitante, que geralmente se manifesta na adolescência ou no início da idade adulta. O transtorno é caracterizado pela dissociação entre o que é real e o que é imaginário por parte do indivíduo, provocando distorções no pensamento, na percepção, nas emoções, na linguagem e no comportamento.

Recentemente, pesquisadora Melina Medeiros de Miranda Lima comprovou que pessoas com diagnóstico de esquizofrenia também podem apresentar prejuízo no reconhecimento facial com distratores e dificultadores. Sua dissertação de mestrado, ‘Reconhecimento de Identidade de Faces em Pessoas com Esquizofrenia‘, foi defendida, este ano, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi), vinculado ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e teve orientação da professora Dra. Aline Mendes Lacerda.

Há mais de 15 anos, o Laboratório de Percepção Visual da Universidade Federal de Pernambuco (LabVis-UFPE) deu início a uma série de pesquisas investigando possíveis alterações sensório-perceptuais em pessoas com transtornos neuropsiquiátricos. A partir dos estudos desenvolvidos pelo laboratório e das queixas de pessoas esquizofrênicas referentes à dificuldade de reconhecer ou diferenciar faces, Melina Medeiros partiu do pressuposto de que sintomas e alterações cognitivas, próprios da esquizofrenia, são precedidos por modificações sensoriais. “Reconhecer a identidade facial é um aspecto importante para o desenvolvimento e bem-estar social do indivíduo, uma vez que ter dificuldades em diferenciar e reconhecer faces pode trazer sofrimento e insegurança”, apontou a pesquisadora.

Sendo assim, foi construída a Tarefa de Reconhecimento de Identidade Facial (TRIF), que foi utilizada como instrumento de análise. A TRIF recrutou 12 voluntários, sendo seis mulheres e seis homens de 35 a 45 anos de idade, faixa etária mais acessível durante a pandemia de covid-19, período no qual o banco de imagens do estudo foi formado.

Os registros das 12 faces foram divididos em duas etapas: enquanto na primeira foram feitos os registros das faces femininas sem elementos distratores ou dificultadores, na segunda, foram feitos os registros das mesmas faces com a adição desses elementos (batom vermelho escuro, rímel, lápis de olho e blush). Por sua vez, as faces masculinas foram registradas inicialmente com barba e, posteriormente, sem barba.

Parte da pesquisa foi realizada no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, no Recife (PE). Homens e mulheres com idades de 25 a 55 anos participaram do estudo, totalizando 43 voluntários divididos em dois grupos: um Grupo Controle (GC), formado por 23 indivíduos sem quaisquer distúrbios mentais, e um grupo de voluntários do hospital (GHUP), que corresponde a 20 pessoas diagnosticadas com esquizofrenia. Todos os testes foram conduzidos em apenas uma sessão, que durou cerca de 50 minutos.

Os testes indicaram que, enquanto o GC registrou um desvio de acertos de 4,70, o GHUP apresentou 7,13, demonstrando que os pacientes com esquizofrenia possuíram maiores dificuldades na tarefa objetiva de reconhecer as faces quando comparados com indivíduos sem o transtorno e confirmando que os distratores, elementos do cotidiano como maquiagem e barba, atuam dificultando ainda mais esse reconhecimento. Além disso, Melina Medeiros salientou que “a correlação positiva, ainda que fraca, entre o número de acertos na TRIF e a pontuação em questionário de autoconhecimento sobre a capacidade de reconhecer faces, ou seja, as pessoas sentem ou percebem, em seu dia a dia, uma dificuldade para reconhecer rostos”.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Pernambuco.

Fonte: Gabriela Albuquerque, Ascom UFPE.

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