Destaque
Pesquisadores estudam a gameterapia como alternativa à fisioterapia convencional em crianças com Síndrome de Down
Fonte
FAPEG | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás
Data
terça-feira. 13 junho 2023 16:50
Uma pesquisa realizada em Anápolis/GO e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) busca entender quais são os resultados da Gameterapia no tratamento da população pediátrica portadora de Síndrome de Down, quando comparados à fisioterapia convencional.
O projeto envolve doze profissionais que, sob a orientação da Dra. Claudia Santos Oliveira, avaliam o uso da Realidade Virtual Não Imersiva (RVNI) através de jogos que treinam tarefas motoras associados à avaliação da análise tridimensional de membros superiores, à destreza manual com a escala ‘box and block’ e à atividade cerebral com exames de eletroencefalograma.
A fase de coleta de dados com as crianças está prevista para começar em novembro deste ano, com atendimentos realizados na Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica) em parceria com a APAE-Anápolis – que indicará crianças para participar do estudo.
Lorraine Barbosa Cordeiro, bolsista da FAPEG e mestranda em movimento humano e reabilitação na UniEvangélica, conta que o eletroencefalograma é um exame caro para muitas famílias, que acabam abrindo mão de fazê-lo devido ao custo. “Em Anápolis, este exame custa entre R$ 350 a R$ 450 e nós vamos oferecê-lo de forma gratuita. Os resultados serão entregues às famílias participantes, que poderão levá-los aos neurologistas que acompanham as crianças”, explicou.
A Dra. Natália Almeida Carvalho Duarte também trabalha no projeto e é bolsista de pós-doutorado da FAPEG. Junto à orientadora do trabalho, ela desenhou o estudo, escreveu o projeto e definiu o protocolo que irá ser realizado. Natália também orienta os alunos de mestrado, doutorado e iniciação científica envolvidos, além de realizar treinamentos com a equipe de alunos sobre as técnicas de avaliação e tratamento utilizadas. De acordo com ela, o estudo possui grande relevância para a sociedade: “Trata-se de uma pesquisa clínica translacional, onde o que estudamos tem o objetivo de difundir o conhecimento. Estudamos para tornar possível a reprodutibilidade da aplicação da técnica em clínicas de fisioterapia de todo o mundo”.
Metodologia
Em torno de 20 crianças serão selecionadas em setembro, de acordo com os critérios de inclusão do projeto. O foco principal são crianças de Anápolis, visto que será ofertado um tratamento de 10 sessões.
Este será um ensaio clinico cruzado, placebo-controlado e duplo cego, previsto para seguir até 2024, a ser realizado em três etapas. A primeira etapa é de avaliação do paciente, seguida de intervenção da fisioterapia convencional e uma segunda avaliação, que vai verificar a eficácia da terapia (tanto motora quanto em nível de atividade cerebral).
Já na segunda etapa entra a gameterapia, seguindo o mesmo processo de avaliação, intervenção com o jogo em RVNI e avaliação novamente para verificar a eficácia.
A terceira fase do estudo vai analisar todos os dados para checar se a gameterapia, por ter o lúdico uso de dispositivos tecnológicos, gera uma melhor adesão ao tratamento, consequentemente trazendo melhores resultados se comparados à fisioterapia convencional.
A análise do movimento de membros superiores aliada à análise da atividade elétrica cerebral vai fornecer informações clínicas e neurofisiológicas importantes sobre o comportamento da população de Síndrome de Down. “Essa análise completa nos permite entender o padrão de movimento de membros superiores da população estudada e assim poderemos traçar um objetivo terapêutico específico e individualizado para cada participante”, explicou a Dra. Natália.
O uso da estimulação transcraniana por corrente contínua pode otimizar os efeitos da terapia física que será realizada através de um videogame. Os pesquisadores esperam provar que a otimização dos efeitos pode repercutir em uma atividade elétrica cerebral mais ‘equilibrada’ e em uma consequente melhora do padrão de movimento e funcionalidade de membros superiores da população com Síndrome de Down.
Acesse a notícia completa na página da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás.
Fonte: FAPEG.
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