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Pesquisadores da UFRN desenvolvem equipamento diferenciado com função de marca-passo
Cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) inventaram um dispositivo para estimulação mecânica cardíaca transtorácica, com função de marca-passo. Inovador e com aplicação industrial, o equipamento teve o pedido de patente realizado no mês de outubro e é composto por um estimulador mecânico e um controle eletrônico. O professor Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi, coordenador do grupo, explicou que o método para uso clínico da invenção é similar ao marca-passo elétrico transcutâneo, em que se faz o ajuste da energia necessária para captura ventricular individualmente.
“A energia mecânica necessária para a estimulação cardíaca varia entre os pacientes, dessa forma, durante o uso desse dispositivo, seja no modo pneumático ou eletromecânico, se faz necessário realizar esse ajuste, ou seja, aumentar gradativamente a energia liberada, até ocorrer a ativação ventricular”, explicou o professor Guilherme Fregonezi. A energia mínima capaz de promover esse impulsionamento é o princípio de estimulação.
Portanto, o choque mecânico externo provocado no tórax tem intensidade e frequência de disparo ajustáveis. Nestor Rodrigues de Oliveira Neto, médico da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), acrescentou que o dispositivo pode ser programado para estimular em uma energia um pouco acima do limiar, cerca de 10% acima, para manter a estimulação efetiva, e, ao mesmo tempo, minimizar o desconforto do paciente, causado pela energia excessiva.
“Um choque mecânico é capaz de, por meio do impacto aplicado na região esquerda do nosso peito, estimular o coração em casos de assistolia, quando não há frequência nem ritmo cardíaco, ou crises de Stokes-Adams, patologia marcada por episódios de desmaios súbitos”, destacou o cardiologista. Ele disse que a estimulação mecânica alcançada é capaz de provocar uma espécie de despolarização cardíaca em casos de bloqueio atrioventricular e bradissistolia, quando o ritmo cardíaco tem frequência inferior a 60 batimentos por minutos em adultos.
O professor Guilherme Fregonezi enfatizou ainda que este tipo de marca-passo, desenvolvido pelos pesquisadores no Laboratório PneumoCardioVascular, pode ser usado nas situações de emergência, como marca-passo temporário, nos casos de bradicardias com repercussão hemodinâmica, e como uma alternativa ao marca-passo transcutâneo elétrico. “É importante frisar que um objetivo da presente invenção é facilitar o tratamento emergencial das bradiarritmias com risco de morte. Como suas vantagens, pode-se elencar a rapidez para iniciar a operação, utilização do ar comprimido presente na estrutura hospitalar, relativa simplicidade técnica do equipamento e possibilidade de utilização com boa tolerância, reduzindo a necessidade de analgesia e sedação”, concluiu o professor.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Fonte: Wilson Galvão, AGIR/UFRN.
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