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Pesquisadores apresentam estratégias de prevenção da tuberculose nas prisões brasileiras
Os webinários do Ministério da Saúde sobre a tuberculose seguem durante o mês de abril. No último dia 02 de abril foi realizado mais um encontro entre profissionais de saúde, sociedade civil organizada, coordenadores de tuberculose, pesquisadores e estudantes para debater a resposta do Brasil à doença. O evento, que faz parte da iniciativa do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) para o mês da tuberculose, teve como tema ‘Desafios para controlar a tuberculose em prisões: pensar em prevenção é possível?‘.
Para responder à questão, foram convidados os palestrantes Dr. Julio Croda, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a Dra. Lia Possuelo, professora e pesquisadora da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), ambos coordenadores da área de tuberculose prisional da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (Rede-TB). A moderação do evento ficou a cargo da Dra. Anete Trajman, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da Dra. Caroline Busatto, consultora técnica da Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM).
O Dr. Julio Croda apresentou dados sobre a incidência de tuberculose nas prisões da América do Sul, onde o Brasil lidera o número de casos (entre 2000 e 3000 casos). O cenário, segundo o pesquisador, é decorrente do encarceramento em massa e da superlotação no sistema penitenciário brasileiro. “A prisão é uma instituição amplificadora da doença”, alertou o especialista, ao apontar que a incidência de tuberculose na população carcerária é 25 vezes maior do que na população geral da América do Sul.
A situação é agravada também pela subnotificação da doença nas prisões. Segundo o professor, apesar de a maior incidência de casos, os exames não chegam de maneira eficiente a essa população, o que dificulta o monitoramento. Estratégias como diagnóstico aprimorado e triagens em massa na prisão são propostas pelo pesquisador no controle da doença.
A Dra. Lia Possuelo acrescentou que o Brasil conta com mais de 800 mil pessoas privadas de liberdade e que 4.56% das pessoas em celas de unidades prisionais possuem diagnóstico de infecções como HIV, sífilis e a tuberculose. A coordenadora do Rede-TB apresentou as experiências da Competição em Saúde contra a Tuberculose no Sistema Prisional (Competi-TB), projeto de incentivo à promoção de ações que contribuam com o controle da tuberculose e integração entre os profissionais atuantes nas prisões gaúchas.
A iniciativa, que teve sua primeira edição realizada em 2022, promoveu atividades de educação em saúde e a produção de materiais informativos pelas equipes. “Precisamos promover e ampliar ações voltadas à comunidade carcerária que contribuam com o conhecimento sobre saúde e doenças infecciosas”, enfatizou a Dra. Lia.
Acesse o Boletim Epidemiológico da Tuberculose 2024.
Acesse a notícia completa na página do Ministério da Saúde.
Fonte: Ministério da Saúde.
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