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Pesquisa da Unifesp analisa principais manifestações de pele associadas à COVID-19
Uma revisão de literatura publicada por pesquisadoras do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo – analisou os principais aspectos das manifestações cutâneas associadas à COVID-19. O trabalho está nos Anais Brasileiros de Dermatologia, uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Os resultados indicam que a real frequência das manifestações dermatológicas ainda é incerta, podendo variar de 0,2% a 45% e sendo próxima a 6% nos estudos de revisão sistemática. As mais encontradas são as erupções maculopapulares, seguidas das lesões eritema pérnio (EP) símile. Quadros de urticária, erupções vesiculares e do espectro livedo-púrpura-necrose são menos frequentes. Quanto ao tempo de surgimento, as lesões cutâneas são habitualmente concomitantes aos sintomas gerais da COVID-19 e raramente podem precedê-los, como nos casos de urticária e lesões vesiculares. O EP-símile pode surgir tardiamente ou, inclusive, ser o único sintoma clínico de COVID-19. Já os quadros vasculares como livedo, púrpura e necrose também são tardios, porém associados a maior gravidade e pior prognóstico.
“São poucos estudos prospectivos sobre o assunto publicados até o momento, os quais forneceriam informações mais fidedignas sobre a verdadeira prevalência das lesões cutâneas e os padrões identificados, especialmente por meio da busca ativa de lesões cutâneas pelo especialista. Embora o número de publicações em um curto intervalo de tempo seja expressivo e crescente, ainda há muitas perguntas desafiadoras sobre as manifestações cutâneas associadas à COVID-19. No Brasil, por exemplo, não há dados sobre a prevalência de lesões cutâneas até o momento”, relatou a Dra. Camila Seque, dermatologista da Unifesp e uma das autoras do artigo.
De maneira bastante simplificada, detalharam as pesquisadoras, essas manifestações têm sido divididas em duas formas quanto à fisiopatologia: inflamatória, como resposta imune a infecção viral, gerando um processo de inflamação sistêmico intenso; e vascular, secundária aos fenômenos de vasculite, vasculopatia e trombose, sendo as lesões do tipo eritema pérnio (ou perniose) mais estudadas. “Estudos histopatológicos [análise microscópica dos tecidos para a detecção de possíveis lesões] e de imuno-histoquímica [processo para localizar antígenos em tecidos] dos diferentes padrões de lesões cutâneas em pacientes com COVID-19 são fundamentais para melhor compreensão do seu significado fisiopatológico em relação à doença”, considerou a dermatologista.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de São Paulo.
Fonte: Daniel Patini, Unifesp.
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