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Pesquisa da UFF avalia a eficácia de jalecos cirúrgicos na proteção dos dentistas contra a COVID-19
Luvas, jalecos e outros Equipamentos de Proteção Individual (EPI) sempre fizeram parte da rotina de trabalho dos dentistas. Durante a pandemia de COVID-19 deflagrada no ano de 2020, no entanto, essa necessidade se tornou ainda mais urgente e passou a ser alvo de preocupações por parte da categoria.
Como forma de contribuir para essa discussão, a equipe liderada pela Dra. Eliane dos Santos Barboza, cirurgiã-dentista e professora titular de Periodontia da Universidade Federal Fluminense (UFF), investigou a eficácia dos EPIs de TNT para os dentistas, estudo que foi divulgado em junho do ano passado. Agora, e como desdobramento desse primeiro momento do trabalho, a resistência dos jalecos cirúrgicos com diferentes materiais de fabricação passou a ser avaliada por parte dos pesquisadores.
O professor Dr. Ésio Vieira, diretor da Faculdade de Odontologia da UFF, destacou que desde o início da pandemia as autoridades sanitárias têm apontado o fato de a odontologia ocupar o topo da cadeia de contaminação: “o coronavírus habita as vias aéreas superiores e nós, cirurgiões dentistas e auxiliares, trabalhamos com a cavidade oral. Além disso, uma especificidade da nossa profissão é a de produzir o chamado aerossol, que cria uma via de comunicação ainda mais íntima, aumentando o poder de invasividade do vírus em relação ao profissional. Fica clara, portanto, a importância do EPI utilizado por nós e de termos um material em que o isolamento seja total”, sublinhou o gestor.
No primeiro estudo, os TNTs (tecido não tecido), que compõem o material dos jalecos cirúrgicos descartáveis, foram testados de forma simples e dobrada, em três diferentes gramaturas, para avaliar a resistência a cinco minutos de exposição ao aerossol produzido pela caneta de alta rotação utilizada pelos dentistas. Os resultados mostraram que o profissional, ao utilizar esse EPI, pode não estar sendo protegido contra a passagem de aerossóis. Segundo a Dra. Eliane Porto, “o trabalho concluiu que há necessidade de uso de vestimenta impermeável pelos profissionais que necessitam utilizar tais ferramentas em tempos de pandemia pelo vírus SARS-Cov-2”, enfatizou a pesquisadora.
Já no segundo estudo, os autores contataram seis empresas que fabricam ou representam tecidos para confecção de vestimentas cirúrgicas que estão à venda no mercado brasileiro. Utilizando a mesma metodologia do trabalho anterior, foram testados cinco TNTs, relatados como impermeáveis, um tecido à base de poliéster e um tecido à base de algodão (hidrorrepelentes e repelentes a microrganismos). O Dr. Ésio Vieira destacou que a pesquisa envolveu a montagem de uma metodologia inédita, em um dos laboratórios da Odontologia, com o propósito de avaliar a efetividade dos EPIs por meio da simulação da produção de aerossol.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, os resultados evidenciaram que o têxtil SMS, composto de seis camadas (SSMMMS – Spunbond, Spunbond, Meltblown, Meltblown, Meltblown, Spunbond), mundialmente utilizado na fabricação de vestimentas cirúrgicas, e o tecido de algodão impregnado com nanopartículas não ofereceram proteção contra aerossóis. Curiosamente, apontou a Dra. Eliane, ambos os tecidos são descritos como repelentes de água.
A pesquisadora acrescentou que os TNTs laminados com polietileno e o tecido de camada tripla (Trilayer) com membrana de poliuretano mostraram-se barreiras eficientes contra o procedimento de geração de aerossol no tempo de cinco minutos: “sugerimos que os profissionais de saúde, quando expostos a aerossóis, estejam atentos às especificações exatas do material de sua vestimenta cirúrgica para a sua segurança. Caso o profissional não tenha acesso a jalecos impermeáveis, é obrigatório o uso de vestimenta de plástico associado ao jaleco descartável, seguindo as normas da OMS (2014, 2020)”, concluiu a Dra. Eliane.
Acesse a notícia completa na página da UFF.
Fonte: Fernanda Cupolillo, Assessoria de Imprensa da UFF.
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