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Pesquisa com mais de mil mulheres analisa medo e insegurança relacionados à violência por parceiro íntimo

Fonte

UFES | Universidade Federal do Espírito Santo

Data

quarta-feira. 1 maio 2024 18:00

O medo e a insegurança que as mulheres enfrentam dentro de casa foi analisado por um estudo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A pesquisa entrevistou 1.086 mulheres que vivem em Vitória, capital do Espírito Santo, e analisou os fatores relacionados à violência por parceiro íntimo (VPI) e ao estresse causado nas vítimas.

Do total das mulheres entrevistadas, 519 afirmaram ter sofrido VPI ao longo da vida. A tese revelou ainda que, desse grupo, 44,4% tinham idades entre 18 e 29 anos e 42,2% eram pardas. Além disso, 44,7% das vítimas eram casadas e 53,2% não possuíam trabalho remunerado.

“Observou-se também que mulheres mais jovens, na faixa de 18 a 29 anos, apresentaram médias de estresse mais elevadas em comparação com outras faixas etárias da amostra. Uma possível justificativa, conforme algumas pesquisas, é que tanto homens quanto mulheres desenvolvem melhores estratégias de enfrentamento dos eventos estressantes à medida que envelhecem”, destacou Loys Siqueira, enfermeira e pesquisadora que desenvolveu o estudo em sua dissertação de mestrado e integra o Laboratório de Estudos sobre Violência, Saúde e Acidentes (Lavisa) da UFES.

O objetivo da pesquisa, que foi orientada pela professora Dra. Franciéle Marabotti e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES), foi avaliar a percepção de estresse em mulheres com e sem histórico de violência praticado pelo parceiro íntimo ao longo da vida e durante a pandemia.

“Os resultados buscavam identificar se havia características sociodemográficas relacionadas a maiores médias de percepção de estresse entre mulheres que relataram ter sofrido violência por parceiro íntimo ao longo de suas vidas, assim como se existia associação entre a exposição à violência por parceiro íntimo (física, sexual e psicológica/emocional) e médias de estresse mais elevadas, tanto ao longo da vida quanto durante a pandemia”, explicou a pesquisadora.

Ainda de acordo com Loys Siqueira, um estudo piloto foi realizado no fim de 2021. Após a análise preliminar desse estudo embrionário, o trabalho de campo foi realizado por uma equipe formada apenas por entrevistadoras – alunas de graduação, pós-graduação e profissionais da área de saúde –, entre janeiro e maio de 2022.

“A pesquisa se concentrou na capital do estado devido a estudos anteriores que apontavam para as altas taxas de homicídios de mulheres no Espírito Santo, bem como uma prevalência elevada de violência por parceiro íntimo contra mulheres nesta região”, afirmou.

Prevenção

Para Loys Siqueira, a prevenção desse tipo de violência precisa ser um compromisso duradouro para a construção de uma sociedade que respeite, proteja e empodere todas as mulheres. “A promoção de ambientes seguros e o apoio adequado às vítimas de VPI devem ser uma prioridade para garantir o bem-estar e a proteção das mulheres. A construção de uma sociedade justa e igualitária requer esforços contínuos e colaborativos, [na qual] a prevenção e a intervenção andem de mãos dadas para enfrentar a VPI e as suas consequências devastadoras”, concluiu a pesquisadora.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Espírito Santo.

Fonte: Thiago Sobrinho e Thereza Marinho, UFES.

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