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Novo aplicativo poderá auxiliar no desenvolvimento neuropsicomotor de bebês
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) participa de um projeto de pesquisa que busca auxiliar no desenvolvimento motor e cognitivo infantil. Para isso, os pesquisadores envolvidos trabalham na elaboração de um aplicativo que será utilizado por pais e familiares de bebês identificados com atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Essa condição acontece quando o bebê não começa a sentar, engatinhar, caminhar ou falar na idade esperada. A ação é coordenada pela Dra. Nádia Cristina Valentini, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e realizado em parceria com o Hospital Santa Casa, Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade de Strathclyde, no Reino Unido, e Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos.
A ideia do aplicativo é ser uma ferramenta de instrução para orientar pais na estimulação de seus bebês. Com monitoramento de profissionais, o responsável tem na palma da mão uma série de tarefas para auxiliar no desenvolvimento cognitivo, motor e de linguagem de crianças de até 2 anos de idade. O Dr. Fernando Copetti, professor do Centro de Educação Física e Desporto (CEFD) e colaborador da UFSM na pesquisa, ressaltou que o aplicativo pode fazer diferença na vida dos bebês: “A gente nota que os pais se esforçam para ajudar seus filhos mas não têm todo o conhecimento. Então, a ideia do aplicativo é chegar de forma simples e de graça”.
O aplicativo vai trabalhar com os marcos motores, ou seja, habilidades que os bebês e crianças conseguem fazer em uma determinada faixa etária. Na avaliação com o profissional, identifica-se a idade motora da criança e a partir disso, o aplicativo direciona um conjunto de tarefas adequadas. A ação é fundamental para evitar que crianças tenham prejuízos futuramente. Quanto mais cedo forem descobertos e tratados, maiores são as chances de impedir os impactos dos atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor.
O projeto foi pensado para auxiliar famílias de baixa renda, que não teriam a possibilidade de pagar um serviço de reabilitação e estimulação precoce. Assim, a preocupação da pesquisa também é a utilização de uma linguagem de fácil entendimento e a recomendação de materiais acessíveis, que os responsáveis encontrariam em casa. “Às vezes os pais acham que para fazer estímulos precisam de coisas caras. E não é sobre o valor das coisas, mas sobre a qualidade do objeto para aquele determinado estímulo”, ressaltou o Dr. Fernando Copetti. O professor esclareceu que, para um estímulo auditivo, por exemplo, não precisa de um chocalho de marca e caro. Uma garrafa de plástico com grão de milho dentro é o suficiente para chegar ao resultado esperado. Por isso, o aplicativo terá sugestões de materiais, desde objetos da casa até a fabricação dos brinquedos. “Nós temos a preocupação de envolver os pais, porque estudos prévios nos mostraram que essa interação é um dos fatores que mais promove o desenvolvimento”, destacou a professora Nádia.
Fases da Pesquisa
Atualmente, a pesquisa está na fase de estudo da literatura científica, em paralelo ao desenvolvimento das ilustrações para a criação do aplicativo. Nesse primeiro momento, o foco é identificar quais são os marcos motores essenciais na idade de 0 a 3 meses e as tarefas que podem ser desenvolvidas. Com o desenvolvimento do protocolo de intervenção, a desenhista que auxilia na pesquisa começa a trabalhar nas ilustrações do aplicativo. Após essa etapa, que tem previsão para ser concluída até o final de dezembro, o aplicativo passa pela validação de experts, pais e outros profissionais, para entender se as informações foram desenvolvidas de forma clara e com rápido entendimento para ser reproduzida posteriormente.
Com o aplicativo finalizado, a pesquisa entra na fase de testes, que ocorrerão em cinco cidades gaúchas: Uruguaiana, Caxias do Sul, São Leopoldo, Porto Alegre e Santa Maria. E ainda em dois outros polos no exterior: na Escócia e nos Estados Unidos. Os testes vão acontecer por meio de grupos de controle e grupos de intervenção. O grupo de controle vai seguir o acompanhamento padrão que a unidade de saúde oferece, com a avaliação de profissionais e a orientação dos pais. Já a criança do grupo interventivo recebe o mesmo tratamento, porém com acesso ao aplicativo e seu monitoramento.
O objetivo é fazer uso do aplicativo até o segundo ano de vida da criança e seguir com o acompanhamento até o período pré-escolar. A partir dos testes, uma pesquisa será feita para avaliar os resultados. Se forem satisfatórios, a intenção é distribuir o aplicativo na rede pública de saúde. “A ideia é ser gratuito, nosso foco é auxiliar de alguma forma o desenvolvimento dessas crianças, da forma que acharem pertinente o uso”, destacou a professora Nádia Valentini.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Maria.
Fonte: Thais Immig e Lucas Casali, UFSM.
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