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Neurocientistas identificam que as pupilas mudam seu diâmetro em resposta a mudanças no cérebro
Neurocientistas do Instituto de Neurociências Biomédicas (BNI) da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile determinaram uma relação entre a atividade da pupila e a manifestação de diferentes estados cognitivos de atenção. O estudo, publicado pela revista científica eNeuro, considerou a análise de indivíduos humanos em uma ação conhecida como ‘estado de repouso’, ou seja, em que não são recebidos estímulos associados a tarefas experimentais.
A pesquisa, liderada pelo Dr. Rodrigo Montefusco, e apoiada pelos médicos Dr. Pedro Maldonado e Dra. Christ Devia, teve foco em registrar a atividade cerebral e visual de 16 indivíduos, sob a hipótese de que a amplitude da pupila é modulada na mesma variação que as chamadas ondas alfa ou ondas de relaxamento emitidas pelo cérebro em estados de repouso. “Nós olhamos para a pupila em uma condição natural, enquanto a pessoa está calma e acordada, e descobrimos que ela mostra muito bem [diferentes] estados cognitivos de atenção”, disse o Dr. Maldonado, neurocientista do BNI.
“Isso é um avanço porque normalmente para detectar essa atividade é necessário usar ferramentas de encefalografia, que é mais complexa. Verificamos uma estreita relação entre a alteração do diâmetro da pupila e os sinais encefalográficos clássicos, que revelam que a nossa pupila manifesta diferentes estados cognitivos”, acrescentou o primeiro autor do estudo.
As variações no comportamento humano são uma adaptação do sistema nervoso a diferentes demandas internas e ambientais. A atenção, nesse contexto, é um processo cognitivo que responde às demandas e mudanças ambientais ao longo do tempo. A atividade da pupila é alterada por flutuações no processamento cognitivo e, explicaram os pesquisadores, parece identificar dinâmicas neurais relacionadas a estados de atenção. Nesses estados, as chamadas ondas alfa do cérebro desempenham um papel central, pois constituem uma espécie de mensagem cerebral emitida durante os períodos de repouso.
“Embora em humanos a atividade da banda alfa esteja associada a processos inibitórios em redes corticais durante o processamento visual, e sua amplitude seja modulada pela atenção, são escassas as evidências que ligam essa atividade de banda estreita às alterações da pupila no tempo”, detalhou a Dra. Christ Devia, também neurocientista do BNI. Ao contrário do que acontece em humanos, as evidências em camundongos mostram uma ligação direta entre a modulação da pupila e as mudanças no estado cerebral. A hipótese que orienta o estudo dos cientistas do BNI é que, como a atividade alfa e o diâmetro da pupila apresentam variações ao longo do tempo, ambos os parâmetros devem variar simultaneamente.
Para testar essa premissa, o estudo registrou a atividade eletroencefalográfica e pupilar de 16 indivíduos, com os olhos fixos em uma tela cinza por um minuto. Como é conhecido em camundongos, foi revelado neste grupo que a amplitude das ondas alfa e o componente de alta frequência da atividade pupilar variaram juntos espontaneamente.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Chile (em espanhol).
Fonte: Luis Francisco Sandoval/Inés Llambías Comunicaciones, Universidade do Chile.
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