Destaque

Músculo quadríceps contrai de maneira diferente após cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior

Fonte

Universidade de Michigan

Data

terça-feira. 9 novembro 2021 06:25

Após cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA), é comum sentir fraqueza no quadríceps, que se pensava ser causada principalmente por atrofia muscular ou encolhimento. Mas pesquisadores da Escola de Cinesiologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram uma causa adicional, que pode ajudar os médicos a projetar programas de reabilitação mais eficazes.

Os pesquisadores descobriram que, além da perda muscular, as fibras musculares do quadríceps se contraem de forma diferente. Juntos, esses déficits resultam em um músculo que é mais fraco e se comporta como o músculo de alguém com mais idade.

“Este é o primeiro estudo em humanos que se concentra em provar que o músculo não é apenas menor após a lesão, mas também se contrai de forma diferente”, disse a Dra. Lindsey Lepley, professora da Universidade de Michigan e uma das autoras do estudo. “Esta é uma nova descoberta importante que ajuda a explicar a fraqueza persistente que é tão comumente observada”, completou a especialista.

A Dra. Lepley disse que seu grupo segue a literatura sobre envelhecimento e que muitos dos fatores que afetam os músculos envelhecidos também surgem após a lesão do LCA. “Geralmente nosso grupo tem dito que uma lesão do LCA envelhece prematuramente o membro – a própria articulação frequentemente mostra sinais de artrite em 10 anos e o músculo também exibe fatores como tecido muscular envelhecido”, disse a pesquisadora.

A lesão do LCA é uma lesão musculoesquelética comum, com cerca de 300.000 casos ocorrendo anualmente nos Estados Unidos. Os custos anuais do tratamento ultrapassam US$ 2 bilhões.

O estudo comparou 14 pessoas em recuperação de lesões do LCA com indivíduos saudáveis. Os pesquisadores usaram a ultrassonografia para obter imagens do músculo quadríceps durante os movimentos de extensão do joelho em um dinamômetro isocinético, que pode medir a força muscular. Eles observaram o vasto lateral, que fica na parte externa da coxa e é o maior dos músculos quadríceps.

A perna sujeita à cirurgia se contraiu de forma diferente, o que significa que os feixes de fibras musculares no quadríceps ficaram mais lentos e menos alongados. Essencialmente, essas fibras giram menos durante uma contração e, quando giram menos, acabam se posicionando de uma forma que resulta em menos produção de força – em outras palavras, esse comportamento subjacente das fibras musculares pode levar à fraqueza muscular.

“A atrofia muscular pode desempenhar um papel, mas também é possível que outros elementos não contráteis do músculo estejam obstruindo o sistema e não permitindo que ele se contraia de forma eficaz. O tecido deixado para trás pode ser mais fibroso ou ter mais infiltração de gordura, portanto, a natureza contrátil do músculo pode mudar”, explicou a Dra. Lindsey Lepley.

Os resultados aparecem na revista científica Journal of Biomechanics.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Fonte: Laura Bailey, Universidade de Michigan.

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