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Micróbios que causam cáries podem formar superorganismos capazes de se espalhar pelos dentes

Fonte

UPenn | Universidade da Pensilvânia

Data

sexta-feira. 7 outubro 2022 12:10

A parceria entre bactérias e fungos pode resultar na união dos dois para formar um ‘superorganismo’ com força e resiliência incomuns. Pode parecer coisa de ficção científica, mas esses agrupamentos microbianos já existem.

Encontrados na saliva de crianças com cárie dentária grave na infância, esses conjuntos podem efetivamente colonizar os dentes. Eles aderem mais, são mais resistentes a antimicrobianos e mais difíceis de remover dos dentes do que as bactérias ou os fungos sozinhos, de acordo com a equipe de pesquisa, liderada por cientistas da Escola de Medicina Dentária da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Além disso, os conjuntos microbianos inesperadamente brotam ‘membros’ que os impulsionam a ‘andar’ e ‘saltar’ para se espalharem rapidamente na superfície do dente, apesar de cada micróbio por si só não ser móvel, relatou a equipe na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

“Isso começou com uma descoberta muito simples, quase acidental, ao analisar amostras de saliva de crianças que desenvolvem cáries agressivas”, disse o Dr. Hyun (Michel) Koo, professor da Universidade da Pensilvânia e coautor do estudo. “Olhando sob o microscópio, notamos as bactérias e fungos formando esses conjuntos e desenvolvendo movimentos que nunca pensamos que eles teriam: uma mobilidade ‘como andar’ e ‘como pular’. Eles têm muito do que chamamos de ‘funções emergentes’ que trazem novos benefícios a esse conjunto, que eles não poderiam alcançar sozinhos. É quase como um novo organismo – um superorganismo – com novas funções”.

 

Projeções de fungos (em azul) impulsionaram as bactérias (em verde) ao longo da superfície de um dente em um movimento de salto. Fonte: Escola de Medicina Dentária da Universidade da Pensilvânia.

 

Os agrupamentos microbianos se movem rápido e vão mais longe, descobriram os pesquisadores. Na superfície semelhante a um dente, a equipe mediu velocidades de mais de 40 mícrons por hora, semelhante à velocidade dos fibroblastos, um tipo de célula do corpo humano envolvida na cicatrização de feridas. Nas primeiras horas de crescimento, os cientistas observaram os conjuntos ‘saltando’ mais de 100 mícrons pela superfície. “Isso é mais de 200 vezes o comprimento do seu próprio corpo, tornando-os ainda melhores do que a maioria dos vertebrados, em relação ao tamanho do corpo. Por exemplo, sapos e gafanhotos podem saltar para a frente cerca de 50 vezes e 20 vezes o comprimento do seu próprio corpo, respectivamente”, disse o Dr. Zhi Ren, pós-doutorando no grupo de pesquisa do professor Hyun Koo.

Embora os mecanismos exatos sejam desconhecidos, a capacidade dos conjuntos de ‘se mover à medida que crescem’, disseram os pesquisadores, tem uma consequência clara: permite que eles colonizem e se espalhem rapidamente para novas superfícies. Quando a equipe de pesquisa permitiu que os conjuntos se fixassem e crescessem em dentes humanos reais em um modelo de laboratório, eles encontraram cáries mais extensas como resultado de um biofilme que se espalhava rapidamente.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Pensilvânia (em inglês).

Fonte: Katherine Unger Baillie, Universidade da Pensilvânia. Imagem: Projeções de fungos (em azul) impulsionaram as bactérias (em verde) ao longo da superfície de um dente em um movimento de salto. Fonte: Escola de Medicina Dentária da Universidade da Pensilvânia.

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