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Metasmart: materiais inteligentes impressos em 3D podem ser usados em tratamentos de câncer por ultrassom
Desenvolver metasuperfícies inteligentes reconfiguráveis impressas em 3D para destruir tumores de forma muito mais focada – em nível histológico – sem danificar os tecidos saudáveis adjacentes, conseguindo assim um tratamento muito menos agressivo para pessoas diagnosticadas com câncer. Este é um dos objetivos do Projeto Metasmart, uma iniciativa liderada pela empresa DAS Photonics, de Valência, na Espanha, e na qual participam pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência (UPV), juntamente com a AIMPLAS, ISTEC e o Instituto de Investigación Sanitaria La Fe de Valencia (IIS La Fe). O projeto é financiado pela Agência de Inovação de Valência.
Conforme explica o Centro de Tecnologia Nanofotônica da UPV, metasuperfícies possuem estruturas artificiais projetadas para manipular ondas de natureza diferente. “São materiais cujas propriedades podemos criar sob demanda, o que nos permite, por exemplo, controlar ondas acústicas ou ondas eletromagnéticas em todo o espectro. Seu potencial é enorme, em múltiplos campos, como a biomedicina e, mais especificamente, nas terapias contra o câncer, mas também em outros setores, como as telecomunicações”, acrescentou o Dr. Carlos García Meca, diretor de pesquisa da DAS Photonics, spin off da UPV. No entanto, as atuais técnicas de fabricação dessas metasuperfícies fazem com que elas ainda estejam longe de serem aplicadas no meio industrial. E este é mais um dos grandes desafios do projeto Metasmart.
“Queremos revolucionar o campo das metasuperfícies investigando novos processos de produção baseados em técnicas de manufatura aditiva versáteis, precisas e baratas (impressão 2D multicamadas de materiais funcionais, impressão 3D e 4D). Usando a impressão 3D economizaremos material, respeitaremos mais o meio ambiente, a capacidade de prototipagem será maior, poderemos realocar a produção. Será um antes e um depois no desenvolvimento e aplicação desses materiais”, apontou Sergio Lechago, pesquisador da DAS Photonics.
Destruição de tumores
Graças aos avanços médicos e tecnológicos, nas últimas décadas, a expectativa de vida dos pacientes diagnosticados com câncer vem aumentando. Esse aumento vital tem um custo para muitos pacientes com câncer, que geralmente é muito alto em termos de qualidade de vida (tanto física quanto psicologicamente) devido aos efeitos colaterais agressivos que muitos desses tratamentos têm.
O Dr. Noé Jiménez, pesquisador do Instituto de Instrumentação para Imagem Molecular (I3M), um centro conjunto da UPV e do Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC), explicou que os atuais tratamentos de ablação térmica afetam não apenas a área do tumor, mas também os tecidos saudáveis ao redor do tumor. “O que buscamos com essas metasuperfícies é destruí-las mecanicamente. Nessa modalidade, o ultrassom atuará como um martelo, esmagando célula por célula, produzindo uma lesão muito focada e com bordas muito delimitadas, em nível histológico, para que os tecidos saudáveis não sejam danificados”, destacou o Dr. Noé Jiménez.
Nesse sentido, o Dr. César David Vera Donoso, médico do Serviço de Urologia do Hospital La Fe de Valência e diretor do Grupo de Pesquisa NITIUV do IIS La FE, que lidera a aplicação clínica final, destaca que a medicina e a tecnologia do futuro devem ser capaz não só de curar doenças, mas de gerar o menor impacto possível no paciente com terapias cada vez menos agressivas e minimamente invasivas.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Valência (em espanhol).
Fonte: Universidade Politécnica de Valência.
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