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Melhor controle da glicemia ajuda a normalizar estrutura e função cerebral em adolescentes diabéticos
O controle rigoroso da concentração de açúcar no sangue (glicemia) pode reduzir as diferenças de estrutura e função cerebral em adolescentes com diabetes, de acordo com um estudo piloto coliderado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Stanford e do Nemours Children’s Health System, nos Estados Unidos.
O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications e é o estudo mais detalhado que mostra que a estrutura e a função do cérebro podem ser melhoradas em adolescentes com diabetes através de um melhor controle do açúcar no sangue. A descoberta segue décadas de evidências de que um melhor controle da glicemia previne complicações de diabetes em longo prazo em outros órgãos.
No diabetes tipo 1, o corpo para de produzir insulina, um hormônio que regula o transporte de açúcar do sangue para os músculos e outros tecidos. Crianças e adolescentes com a doença experimentam mudanças prejudiciais na estrutura e função do cérebro, incluindo QI mais baixo, e essas diferenças estão relacionadas a níveis elevados de açúcar no sangue, como mostraram pesquisas anteriores.
No estudo controlado e randomizado, os pesquisadores avaliaram o uso da tecnologia de tratamento automatizado em relação aos cuidados de rotina por seis meses. A tecnologia permitiu que os adolescentes com diabetes controlassem rigorosamente o açúcar no sangue, aumentando a quantidade de tempo em que os níveis de açúcar estavam na faixa-alvo. Os adolescentes que usaram a tecnologia mostraram melhores resultados em exames cerebrais e testes cognitivos do que aqueles que usaram métodos de tratamento tradicionais.
“Isso sugere fortemente que, com um controle de glicose significativamente melhorado, pode-se atenuar e talvez até reverter alguns dos efeitos deletérios do diabetes no cérebro e na cognição”, disse o Dr. Allan Reiss, autor principal do estudo e professor de Psiquiatria e Ciências do Comportamento e também de Radiologia na Escola de Medicina de Stanford.
O fato de que tanto a estrutura cerebral quanto as habilidades cognitivas melhoraram após apenas seis meses é especialmente impressionante, disse o professor Reiss. “Eu ficaria feliz se tivéssemos visto apenas melhorias na estrutura do cérebro”, disse ele. “Mas vimos melhorias no desempenho e mudanças no cérebro que sugeriram fortemente uma tendência à normalidade”.
“Esses resultados oferecem esperança de que algumas dessas complicações do diabetes possam realmente ser reversíveis”, disse a Dra. Nelly Mauras, autora sênior do estudo e endocrinologista pediátrica do Nemours Children’s Health e da Escola de Medicina e Ciências da Clínica Mayo. O estudo foi realizado em cinco locais nos Estados Unidos.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade Stanford (em inglês).
Fonte: Erin Digitale, Escola de Medicina da Universidade Stanford.
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