Destaque

Médica alerta sobre a importância do diagnóstico precoce no combate ao câncer infantil

Fonte

Agência Brasil

Data

terça-feira. 15 fevereiro 2022 17:50

No Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil (15 de fevereiro), a médica Dra. Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, destacou a importância do diagnóstico precoce, que identifica o tipo de tumor, característica biológica e como aquele tumor se apresentou na criança. A partir dessas informações, ela lembra que pode ser feito um planejamento de tratamento, que será individualizado para cada paciente. De maneira geral, o tratamento para crianças com câncer inclui quimioterapia, radioterapia e cirurgia, mas ele é adotado de acordo com a situação de cada paciente.

O Inca recebe a cada ano cerca de 250 casos novos de câncer pediátrico, cuja maior parte requer tratamento ambulatorial. “A gente sempre tenta manter a criança na casa dela”. Se a criança ou jovem não precisar de apoio ou suporte hospitalar, nem medicação venosa, em geral ela pode ficar em casa. Recebe a medicação no hospital e vai para casa. “Apenas 10% ficam internados”, disse a doutora Sima Ferman à Agência Brasil.

Cura

O câncer pediátrico é, hoje em dia, uma doença com alta taxa de cura. Nos países com renda alta, a Dra. Sima Ferman disse que mais de 80% das crianças com câncer vão ser curadas. No Brasil, o índice de cura oscila em torno de 75% e varia de acordo com a região do país.

A Dra. Sima Ferman disse que a taxa é um pouco mais baixa do que nas nações desenvolvidas porque a maioria das crianças chega ao Inca com a doença mais avançada, o que interfere na possibilidade de cura mais cedo. Ela ressalta também as questões socioeconômicas, como a pobreza, e comorbidades, como a desnutrição. “São algumas alterações que podem interferir no resultado do tratamento mas, em linhas gerais, a gente consegue muita cura”.

O câncer pediátrico tem maior incidência em meninos do que em meninas, mas ainda não foi identificada a razão.

O tratamento do câncer em uma criança leva uma média de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença que ela tenha. A partir daí, começa a fase de controle, que dura em torno de cinco anos. “É um tempo muito bom. A doença não volta e a criança pode ser considerada curada”, disse a médica.

O primeiro ano depois que termina o tratamento é o que apresenta maior risco de a doença voltar, destacou a chefe da seção de pediatria do Inca. “Mas, depois, à medida que vai passando o tempo, o risco vai diminuindo bem”, disse a médica.

O Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil foi criado em 2002 pela Childhood Cancer International (CCI) e simboliza uma campanha global para conscientização da sociedade sobre o câncer infantil, visando externar apoio às crianças e adolescentes com câncer e suas famílias.

Estimativas

Para este ano, a estimativa do Inca é de cerca de 8.500 casos novos de câncer infantil no Brasil, sendo 4.300 do sexo masculino e 4.200 do sexo feminino, informou a Dra. Marceli Santos à Agência Brasil. A Dra. Marceli é tecnologista da Divisão de Vigilância e Análise de Situação, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca e doutora em Saúde Pública.

A Dra. Marceli Santos disse que o câncer mais frequente em crianças e jovens brasileiros é a leucemia, como ocorre em todo o mundo, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas. Para cada tipo de câncer tem uma faixa etária de maior incidência. Por exemplo, as leucemias acometem mais crianças de 1 a 4 anos de idade, o mesmo acontecendo com os tumores do sistema nervoso central. Já os linfomas têm uma característica bimodal, com picos em crianças até 4 anos e adolescentes de 15 a 19 anos de idade.

Em relação ao retinoblastoma, tipo de câncer que afeta o sistema intraocular em crianças com idade entre 2 e 5 anos, a Dra. Marceli informou que se trata de um câncer raríssimo, afetando três crianças em cada milhão. “É um tumor muito específico, muito característico”.

O Ministério da Saúde ressalta também o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal); tumor de Wilms (tipo de tumor renal); tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos); osteossarcoma (tumor ósseo); e sarcomas (tumores de partes moles).

Acesse a notícia completa na página da Agência Brasil.

Fonte: Alana Gandra e Fernando Fraga. Agência Brasil. Imagem: Sumaia Villela, Agência Brasil.

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