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Lúpus: mulheres em fase reprodutiva são mais acometidas pela doença
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ou apenas Lúpus, é uma doença reumatológica autoimune, crônica, inflamatória e de causa não conhecida. A maioria dos pacientes são mulheres na faixa de 20 a 45 anos. A proporção é de 9 mulheres para 1 homem diagnosticado. De acordo com o Ministério da Saúde, dentre as mais de 80 doenças autoimunes conhecidas atualmente, o lúpus é uma das mais graves e importantes.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para a população e exemplo disso são as unidades hospitalares vinculadas à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Nelas, especialistas estão preparados para contribuir com a qualidade de vida dos pacientes e oferecer uma assistência humanizada e qualificada. Em Salvador (BA), o Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA) é centro de referência para o tratamento de lúpus no estado, tendo, atualmente, mais de 1.000 pacientes em acompanhamento.
Diagnóstico precoce faz a diferença
O Dr. Mittermayer Santiago, coordenador do Ambulatório de Reumatologia do Hupes-UFBA, explicou que é fundamental identificar a doença de forma precoce para que seja realizado o tratamento imediato e evitadas as complicações mais sérias. Como exemplo dessas repercussões, ele citou um problema no rim, que se não for tratado, pode evoluir para insuficiência renal, precisando de diálise e até mesmo transplante; envolvimento do sistema nervoso central; e até da parte hematológica, com a queda de plaquetas com sangramento, que pode ameaçar a vida do paciente.
“Mesmo não tendo cura específica, no sentido de tomar um remédio e ficar livre da doença, o lúpus tem um controle que permite uma qualidade de vida muito boa”, comentou. A doença é multissistêmica, ou seja, atinge vários órgãos e sistemas. Por isso, é fundamental que o profissional fique atento a todos os sintomas presentes. “Quando um médico atender uma mulher jovem, com febre, com manchas na pele sensíveis ao sol, dor articular, alterações nos exames de sangue, precisa pensar nessa doença e solicitar os exames que definem o diagnóstico, que é a pesquisa de anticorpos específicos para o lúpus”, alertou.
A Dra. Andressa Miozzo, reumatologista do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), complementou que conscientizar as pessoas sobre essa doença é importante para que ela seja lembrada e assim, poder encurtar a jornada do paciente para o início do tratamento.
O Dr. Mittermayer explicou que o exame chamado anticorpo ou fator antinuclear é positivo na grande maioria dos pacientes com LES, sendo importante para identificar a doença. Lúpus tem um fundo imunológico, onde o paciente passa a produzir anticorpos contra as suas próprias células e proteínas, por isso é chamada de doença autoimune. Mas, mesmo não tendo uma causa reconhecida ainda, alguns pontos influenciam o desenvolvimento da doença nas pessoas que já nascem com predisposição genética, como por exemplo, o papel hormonal.
“O estrógeno tem uma ação importante, por isso que é muito mais comum na mulher do que no homem. Há também o fenômeno ambiental, que quando a pessoa tem lúpus e se expõe ao sol, piora muito o quadro clínico. Sem falar no fator genético que, embora não passe de mãe para filho diretamente, se há um caso de lúpus na família, a chance de ter outro caso em parentes de primeiro grau é mais ou menos de 1 em 20”, explicou o Dr. Mittermayer.
Sintomas podem se manifestar rapidamente ou de forma progressiva
A Dra. Débora Tobaldini Russo Doreto, reumatologista do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), em Campo Grande, acrescentou que os sintomas são os mais diversos, podendo acontecer de forma rápida, em semanas, ou de forma progressiva, em meses ou anos; e que podem se manifestar simultaneamente. “Eles flutuam, pois tem momentos em que o paciente está em fase de atividade da doença e outros que está em remissão. Entre as manifestações clínicas, as mais frequentes são as lesões de pele, que podem estar em 80% dos casos, presentes ao longo da evolução da enfermidade, além das manifestações mais graves já citadas”, destacou.
Com tratamento adequado é possível ter qualidade de vida
Cada paciente deve ter seu tratamento individualizado e acompanhado de forma regular. “Ele se baseia na manifestação da doença no indivíduo. Atualmente, temos diversos imunomoduladores, imunossupressores e imunobiológicos que podem ser utilizados, a depender da forma com que a doença se apresenta”, comentou a reumatologista Andressa Miozzo.
A especialista reforçou que, além da parte medicamentosa, os pacientes devem evitar a exposição ao sol e o consumo de álcool ou cigarro. Devem praticar atividade física regularmente, conforme orientação específica do médico, e ter bons hábitos alimentares. “Em muitos casos, com o tratamento adequado, os pacientes podem viver normalmente, sem interferência na sua qualidade de vida”, comentou.
Acesse a notícia completa na página da Ebserh.
Fonte: Danielle Morais e Danielle Campos, Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh.
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