Destaque

Lesões da medula espinhal têm forte impacto no sistema urinário

Fonte

Universidade do Porto

Data

sexta-feira. 9 junho 2023 11:40

Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), em Portugal, permitiu concluir que as lesões traumáticas da medula espinhal, que comprometem fortemente o sistema urinário, são acompanhadas por alterações marcadas na parede da uretra, fenômeno que, até agora, não era conhecido.

Segundo a Dra. Célia Duarte Cruz, professora da FMUP, o controle voluntário da micção “depende de redes neuronais complexas que funcionam de forma coordenada e que envolvem neurônios localizados no sistema nervoso central (medula espinhal e cérebro)” e sistema nervoso periférico, uma vez que são estes que monitorizam o grau de enchimento da bexiga e transmitem essa informação para o cérebro.

“A transmissão desta informação desde o trato urinário baixo até ao cérebro depende da medula espinhal, que funciona como uma autoestrada de sinais nervosos”, explicou a professora, acrescentando que, em circunstâncias normais, a informação gerada na bexiga é conduzida ao cérebro, que gera uma resposta coordenada da bexiga e uretra.

“Quando ocorre uma lesão traumática medular, a transmissão de informação ao cérebro sobre o grau de preenchimento da bexiga é bloqueada pelo trauma e pelo tecido cicatricial que se forma na zona da lesão. Com o tempo, ocorrem alterações nas vias nervosas, abaixo da zona da lesão, que levam à perda da coordenação entre os dois órgãos e a hiperatividade da bexiga”, explicou a professora Célia Cruz, mencionando ainda que esta disfunção urinária pode causar incontinência urinária e problemas associados.

De acordo com o trabalho, as lesões traumáticas que afetam o sistema nervoso central provocam uma acentuada reorganização da uretra e desnervação que resultam de uma adaptação à alteração do controle nervoso da função urinária e poderão, consequentemente, contribuir para a disfunção urinária.

O estudo, realizado em animais e publicado na revista científica International Journal of Molecular Sciences, tem como autores, além da professora Célia Duarte Cruz, a Dra. Ana Ferreira, a Dra. Sílvia Sousa Chambel e o Dr. António Avelino, todos pesquisadores da FMUP, e vem abrir portas a pesquisas futuras que promovam o desenvolvimento de terapias direcionadas exclusivamente à uretra.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Cláudia Azevedo, Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS); Olga Magalhães e Maria João Silva, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

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