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HU da UFAL faz transplante com material das fezes para tratamento de doenças
Os pacientes com doença inflamatória intestinal já podem ter esperança num tratamento realizado no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas (Hupaa-UFAL): o Transplante de Microbiota Intestinal (TMI). Uma equipe multiprofissional liderada pelo professor e médico Dr. Manoel Álvaro já realizou seis intervenções no HU como fase inicial de um grande estudo a partir do repositório de material biológico, no caso, as fezes.
“Estamos fazendo o seguimento dos pacientes com muito cuidado, conversando bastante e acompanhando de perto os desdobramentos dessa alternativa de tratamento. Não podemos ainda dizer qualquer resultado, pois seria precipitado e toda pesquisa vem com otimismo seguido de ética e precaução”, salientou o médico.
De acordo com o Dr. Manoel Álvaro, essa linha de pesquisa é uma das mais exploradas no mundo e uma das mais estudadas. Atualmente, o transplante de microbiota está consolidado para o tratamento da colite pseudomenbranosa de repetição, ou seja, infecção por uma bactéria denominada Clostridium Difficile, responsável por centenas de mortes em pacientes internados nos hospitais há longa data, principalmente os mais idosos.
“Outras doenças a exemplo da obesidade mórbida, diabetes tipo 2, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal [retocolite ulcerativa e Doença de Crohn], autismo, depressão, e Parkinson, também podem ser tratadas através desta alternativa, porém, ainda não é um consenso. E esse é um dos nossos objetivos: realizar, futuramente, esta opção nessas outras afecções”, adiantou o especialista.
A equipe está otimista com os primeiros passos já dados no HU. O tratamento promete ser um divisor de águas para os pacientes que podem deixar de tomar medicações caras, com efeitos adversos e resultados que não são totalmente eficazes.
“Me sinto honrada com essa oportunidade de estudar e participar de um projeto inovador e poder pesquisar caminhos que possam, quem sabe, trazer qualidade de vida para os pacientes portadores de doença inflamatória intestinal”, reforçou a nutricionista Júnia Meira.
A pesquisa é resultado de um projeto aprovado pelo Ministério da Saúde, em 2018, para implantação e estruturação do Instituto de Habilidades Multidisciplinar em Microbiota Intestinal (InHaMMI), na Faculdade de Medicina da UFAL. Esse é o primeiro laboratório do Nordeste que usa a metabolômica e a metagenômica como recurso para estudo do material fecal com o propósito de realizar o transplante de microbiota intestinal.
Acesse a notícia completa na página da UFAL.
Fonte: Manuella Soares, UFAL.
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