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Estudo fornece novos dados sobre ressuscitação cardiopulmonar em bebês
“A parada cardíaca ‘fora do hospital’, aquela que ocorre fora do ambiente de saúde, é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos, o que a torna um importante problema de saúde que não se limita à população adulta, mas atinge também vítimas pediátricas, incluindo os lactentes, que representam quase metade dos casos”, explicou a Dra. Myriam Santos Folgar, professora da Escola de Enfermagem da Universidade de Vigo em Pontevedra, na Espanha.
Apesar disso, as investigações sobre a parada cardíaca e a realização de manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) até agora se concentraram na população adulta, o que significa que “várias recomendações de atuação para vítimas pediátricas são extrapoladas de investigações com vítimas adultas”, apontou a professora. Com base nesse cenário, Myriam Folgar concentrou sua tese de doutorado na avaliação das características das manobras de reanimação de meninos e meninas em diferentes situações, trazendo novos dados sobre aspectos até então não analisados. Entre eles, a viabilidade de iniciar a RCP durante a caminhada com um bebê de colo, em um contexto em que é necessário evacuar um lactente que sofreu uma parada cardíaca.
Professora da Universidade de Vigo em Pontevedra, Myriam Folgar desenvolveu sua tese ‘Avaliação de competências na gestão das vias aéreas e ventilação em suporte básico e instrumental de vida’ no programa de doutoramento em Ciências do Desporto, Educação Física e Atividade Física Saudável, sob orientação do professor Dr. Roberto Barcala. A pesquisadora reuniu na tese resultados de quatro estudos, publicados nas revistas científicas Pediatric Emergency Care, Anales de Pediatría e Signa Vitae. Duas dessas investigações, explicou, fornecem ‘dados novos’ sobre o desempenho das ventilações com diferentes técnicas, enquanto outro dos estudos – sempre com simulações realizadas em manequins -, é “o primeiro a avaliar a qualidade da RCP por um período prolongado de tempo em vítimas lactentes”. A estes novos dados acrescenta-se o foco em “avaliar a exequibilidade das manobras de reanimação durante a transferência da vítima pediátrica de colo”.
Uma recomendação nunca testada
Como recorda a Dra. Myriam Santos Folgar, “a sobrevivência após uma parada cardíaca extra-hospitalar depende do início precoce das manobras de reanimação e da sua qualidade”. Mas, em caso de emergência, a RCP deve ser combinada com o deslocamento da vítima para uma área segura. Neste ponto, tanto a American Heart Association (AHA) quanto o European Resuscitation Council (ERC) há anos incluem em suas diretrizes a recomendação de carregar o bebê nos braços durante a realização da RCP, até a transferência do bebê para um local seguro para ‘ativar os sistemas de emergência’. Mas essas recomendações, explicou a professora e pesquisadora, foram baseadas no ‘consenso de especialistas’, já que até o momento não havia nenhuma pesquisa específica sobre o assunto.
Esse foi o objetivo do estudo realizado com 21 alunos da Licenciatura em Educação Infantil, que receberam previamente uma hora de treinamento em suporte básico de vida, além de realizarem um ‘treinamento breve de dez minutos’ sobre a posição em que deveriam transportar as vítimas. Duas semanas depois, os participantes realizaram dois testes de RCP de dois minutos enquanto caminhavam rapidamente com o manequim nos braços. Os resultados deste estudo mostram “que mesmo que haja uma ligeira diminuição da qualidade das compressões, é possível realizar RCP caminhando rapidamente com a vítima no antebraço, pelo que esta opção parece ser uma alternativa tanto em termos de segurança quanto de qualidade da RCP”, concluiu a Dra. Myriam Folgar.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Vigo (em galego).
Fonte: Universidade de Vigo.
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