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Estudo da Faculdade de Medicina da UFMG revela aumento na incidência de sífilis em gestantes
Pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou aumento progressivo das taxas de detecção da sífilis em gestantes e a incidência em crianças, no período de 2010 a 2018, no município de Betim (MG), Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a Dra. Cristiane Campos Monteiro, pesquisadora que desenvolveu o estudo durante seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da UFMG, a taxa de gestantes infectadas com sífilis passou, nesses oito anos, de 1,8 para 19,7 a cada mil bebês nascidos vivos. E o número de bebês com sífilis congênita (transmitida da mãe para a criança) aumentou de 1,7 para 10,5 a cada mil nascidos vivos. Esses dados foram encontrados na análise realizada com 411 gestantes e 289 crianças.
Os dados são preocupantes, na avaliação da Dra. Cristiane Monteiro, já que a identificação precoce, durante o pré-natal, é fundamental para o sucesso do tratamento e interrupção do ciclo de transmissão, reduzindo, assim, as diversas consequências que a sífilis pode causar à saúde da mãe e do bebê.
Tratamento incompleto
No entanto, a pesquisa revelou que 97,9% das gestantes diagnosticadas nas consultas de pré-natal não completaram o tratamento ou não foram incluídas nas notificações. Não foram notificados 40,9% dos quadros de sífilis congênita e 33,3% dos óbitos infantis pela doença, bem como 17,2% dos casos da sífilis em gestantes.
Apesar de os dados serem específicos de Betim, a pesquisadora destacou que a subnotificação é um problema em todo o Brasil e que os resultados da pesquisa, que se baseou em três bancos de dados, só reforçam a importância de uma assistência à saúde de qualidade à gestante, ao parceiro e à criança. A Dra. Cristiane Monteiro analisou os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do município de Betim.
Outro dado da pesquisa que chama a atenção é que 88,2% dos parceiros sexuais não se trataram, pondo a gestante em risco de reinfecção. Por esse motivo, a pesquisadora destacou a necessidade do aumento na qualidade da assistência médica no pré-natal, desde o preenchimento de dados no cartão da gestante, já na notificação, até a abordagem do parceiro sexual para que ele também se trate.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Minas Gerais.
Fonte: Madu Mendonça, Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG.
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