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Em nova pesquisa cognitiva de Princeton, os olhos das pessoas revelam que os clichês são subestimados
“Como pessoas ocupadas, fazemos malabarismos com muitas tarefas, mantemos muitas bolas no ar e tentamos evitar que nenhuma delas caia”.
“Nas aulas, os professores lançam ideias; às vezes elas passam por cima de nossas cabeças, mas outras vezes nós as pegamos rapidamente”.
As frases acima contêm metáforas familiares, às vezes chamadas de clichês: palavras ou frases comuns emprestadas de ações físicas para transmitir conceitos abstratos. Poetas e escritores podem criar metáforas novas e atraentes, mas todos nós usamos centenas dessas metáforas cotidianas em conversas regulares.
Uma equipe de cientistas da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, encontrou uma maneira de medir o impacto dessa linguagem metafórica. Ao rastrear a dilatação da pupila em uma fração de segundo como uma resposta a uma experiência impactante, eles descobriram que nossos cérebros sempre prestam mais atenção às metáforas convencionais do que alternativas semelhantes. Por exemplo, “agarrar uma nova ideia” desencadeia uma resposta mais significativa do que o equivalente literal “aprender uma nova ideia” ou a frase concreta “agarrar uma maçaneta”.
“A pesquisa em línguas está na interseção da ciência e das humanidades”, disse a Dra. Adele Goldberg, professora de Psicologia em Princeton e também membro associado do corpo docente do Programa de Linguística da universidade. “Os termos concretos usados nas metáforas nos oferecem uma maneira de fundamentar nossos pensamentos abstratos no mundo físico. O trabalho atual nos incentiva a recorrer a metáforas para nos envolvermos mais de perto”. Ela é a autora sênior de um artigo publicado na revista científica Journal of Memory and Language.
A pesquisa oferece uma possível explicação de por que as expressões metafóricas são tão comuns em todas as línguas conhecidas: as expressões metafóricas são mais envolventes e transmitem um significado mais rico do que as frases literais que expressam o mesmo conteúdo básico ou descrições concretas que usam palavras imagináveis semelhantes.
A Dra. Adele Goldberg e seus colegas planejam investigar se as metáforas cotidianas evocam o mesmo efeito em crianças e pessoas neurodivergentes (pessoas cujos cérebros processam de forma diferente do que é considerado típico, incluindo aqueles no espectro do autismo), com o objetivo de compreender melhor o papel da linguagem metafórica na comunicação em geral. Os pesquisadores também consideraram as implicações para professores e pais e como a linguagem metafórica pode ajudá-los a se comunicarem de maneira mais eficaz com alunos e crianças.
“Estamos interessados em saber por que as pessoas no espectro do autismo costumam ter dificuldades com a linguagem. É a única população que muitas vezes aprende a língua tarde e às vezes nem aprende. Quando as pessoas com autismo aprendem a linguagem, elas podem ter problemas para entender o sarcasmo e a linguagem metafórica. Gostaríamos de testar um grupo de pessoas autistas altamente verbais para ver se elas mostram o mesmo efeito que as pessoas neurotípicas do estudo atual ”, destacou a pesquisadora.
O processo de pesquisa centrou-se no fato de que a pupila – o ponto preto no centro do olho – dilata em resposta a experiências emocionalmente carregadas ou intelectualmente envolventes.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Princeton (em inglês).
Fonte: Liz Fuller-Wright, Comunicação/Universidade Princeton.
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