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Cientistas desenvolvem polímero antibacteriano como alternativa mais segura às suturas pós-cirúrgicas tradicionais
O Dr. Hossam Haick, professor do Departamento de Engenharia Química do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), conseguiu criar um curativo inteligente sem sutura que não apenas une as feridas, mas também evita infecções e relata a condição da ferida diretamente aos computadores dos médicos. Os resultados foram publicados na revista científica Advanced Materials.
Os procedimentos cirúrgicos atuais envolvem algum tipo de incisão e o posterior fechamento do corte – o que pode danificar o tecido saudável circundante. Algumas suturas se degradam por si mesmas – ou deveriam se degradar – conforme o ferimento cicatriza. Outros precisam ser removidos manualmente. Um curativo é então aplicado sobre a ferida e a equipe médica monitora a ferida removendo o curativo para permitir a observação de sinais de infecção, como inchaço, vermelhidão e calor. Este procedimento é doloroso para o paciente e prejudica a cura, mas é inevitável. Trabalhar com esses métodos também significa que uma possível infecção costuma ser descoberta tardiamente, pois leva tempo para que os sinais visíveis apareçam e mais tempo para a equipe médica observá-los. Em países desenvolvidos com bom saneamento disponível, cerca de 20% dos pacientes desenvolvem infecções pós-operatórias, necessitando de tratamento adicional e estendendo o tempo de recuperação. Os números e as consequências são muito piores nos países em desenvolvimento.
Antes de iniciar um procedimento, o novo curativo – que é muito parecido com um ‘band-aid’ inteligente – desenvolvido pelo laboratório do professor Haick será aplicado no local da incisão planejada e a incisão será feita através dele. Após a cirurgia, as duas pontas da ferida são aproximadas e, em três segundos, o curativo se une, mantendo a ferida fechada, à semelhança das suturas. A partir de então, o curativo monitorará continuamente a ferida, rastreando o processo de cicatrização, verificando sinais de infecção, como mudanças na temperatura, pH e níveis de glicose, e relatando q evolução a smartphones ou outros dispositivos da equipe médica. O curativo também liberará antibióticos na área da ferida, evitando infecções.
O novo polímero é estruturado como um ‘zíper molecular’, feito de enxofre e nitrogênio: o bisturi do cirurgião o abre; em seguida, pressionando-o, ele fecha e segura. Nanotubos de carbono integrados fornecem condutividade elétrica e a integração da matriz de sensores. Em experimentos, as feridas fechadas com o curativo inteligente cicatrizaram tão rápido quanto as fechadas com suturas e mostraram taxas reduzidas de infecção.
“É uma nova abordagem para o tratamento de feridas. Apresentamos os avanços da quarta revolução industrial – dispositivos inteligentes interconectados, no tratamento diário dos pacientes”, concluiu o professor Hossam Haick. O professor Haick é o chefe do Laboratório de Dispositivos Baseados em Nanomateriais (LNBD) do Technion.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Technion (em inglês).
Fonte: Technion.
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