Destaque

Avaliação de sintomas físicos e psicológicos ajuda a detectar comprometimento cognitivo em idosos

Fonte

UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

sábado. 13 julho 2024 11:05

Atualmente, 50 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com demência, número que deve triplicar até 2050. Com a expectativa de vida aumentando, o envelhecimento da população é um processo que chama cada vez mais atenção. Embora esteja ligado à degeneração inevitável das capacidades físicas e cognitivas, existem maneiras de envelhecer de forma saudável e prevenir doenças relacionadas à velhice.

É isso que estuda o Centro de Referência em Envelhecimento e Movimento (CREM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em artigo publicado recentemente na revista Scientific Reports, pesquisadores do Centro demonstraram como avaliações funcionais simples podem ajudar a detectar sinais de comprometimento cognitivo.

A Dra. Valéria Feijó Martins, pós-doutoranda na UFRGS e uma das autoras do artigo, afirma que o CREM ‘traz o tripé da Universidade’: ensino, pesquisa e extensão. Composto de uma equipe multidisciplinar nas áreas de Educação Física, Fisioterapia e Dança, o programa oferece mais de 15 modalidades de exercício físico para idosos, como biribol, ginástica, pilates solo, dança e musculação.

Nesse estudo em específico, foram avaliados 221 participantes pré-intervenção – isto é, antes do comparecimento às atividades, que ocorrem de março a dezembro. O Miniexame do Estado Mental, teste neuropsicológico de fácil e rápida aplicação utilizado pelo grupo, avalia habilidades como flexibilidade, força, resistência cardiorrespiratória, equilíbrio e mobilidade. Como apontado pela Dra. Valéria, uma das descobertas é de que “ter uma capacidade funcional piorada pode indicar comprometimento cognitivo”.

Dados alarmantes

Para a pesquisadora, esse é “mais um estudo que mostra a importância da atividade física”. Em alerta recente, a OMS publicou um levantamento da revista The Lancet Global Health que revela dados alarmantes: quase um terço da população adulta global (31,3%), o equivalente a 1,8 bilhão de pessoas, não pratica atividade física suficiente.

Segundo recomendações do mesmo órgão, para a promoção de saúde e bem-estar, pelo menos 150 minutos de atividade física de moderada intensidade deveriam ser realizados por semana. Isso seria suficiente para evitar quatro a cinco milhões de mortes por ano relacionadas ao sedentarismo.

Além de prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, a prática de exercícios também pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, e levar a um processo de envelhecimento mais saudável. Para os pesquisadores, os resultados não foram uma surpresa: os idosos com menos força, menor mobilidade funcional e menor capacidade cardiorrespiratória eram, consequentemente, os que apresentavam sintomas de cognição comprometida.

Esses fatores impactam significativamente no desempenho das atividades da vida diária dos participantes avaliados e resultam na diminuição da qualidade de vida. Para a Dra. Valéria, “quanto mais cedo conseguirmos identificar [o comprometimento da função cognitiva], melhor será para um possível tratamento”. Nesse sentido, o estudo é de uma enorme importância: a partir de testes simples e rápidos, é possível dar grandes passos para a prevenção de doenças relacionadas à demência, como o Alzheimer.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Universidade/UFRGS.

Fonte: Carolina Paz Comerlatto, Jornal da Universidade/UFRGS.

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