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Especialistas discutem adoção de padrão internacional de linguagem clínica em sistemas eletrônicos de saúde
Sigla em inglês para Nomenclatura Sistematizada de Medicina – Termos Clínicos, o SNOMED-CT é uma forma de padronização universal de registro de eventos em saúde (procedimentos clínicos e cirúrgicos, internações e exames, entre outros) utilizada para facilitar a troca de dados entre diferentes sistemas, prevenir erros profissionais e possibilitar o processamento por Inteligência Artificial.
O SNOMED-CT já foi adotado por 48 países, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Chile e Uruguai. A possível implantação desse sistema no âmbito do Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), desenvolvido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foi recentemente tema de seminário que reuniu especialistas para debater o assunto.
Denominado ‘Padronização de termos clínicos e Interoperabilidade: introdução ao SNOMED- CT’, o evento contou com a participação de Jussara Rotzsch, especialista em informática em saúde com foco em terminologias e interoperabilidade semântica, e a Dra. Beatriz de Faria Leao, que tem pós-doutorado em informática em saúde. As profissionais apresentaram as experiências do uso desta terminologia nos países que a adotaram, benefícios da implantação e as formas de governança necessárias para a adoção do SNOMED CT.
Segundo Giliate Coelho Neto, diretor de Tecnologia da Informação da Ebserh, as especialistas deram uma contribuição fundamental na formulação da política de interoperabilidade da entidade, o que pode contribuir para a melhoria dos hospitais e dos serviços. A proposta é a adotar a terminologia SNOMED-CT como complemento da Tabela Sigtap (conhecida como Tabela SUS), da CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), de forma a possibilitar que os profissionais de saúde possam registrar de forma mais detalhada um atendimento. “Por exemplo, na hora de registrar um infarto agudo do miocárdio, o médico não vai só registrar o infarto como um diagnóstico. Ele também poderá registrar a região do coração que ocorreu aquele infarto, a artéria, dados sobre o paciente, tudo de forma organizada e por meio de sistema, não mais um formulário de papel”, explicou Giliate Coelho.
“Hoje estes dados são registados geralmente em texto livre no prontuário, que dificulta a troca de dados entre os serviços e uso de inteligência artificial para incrementar a segurança do paciente. Com a adoção de uma terminologia clínica mais complexa, teremos dados estruturados. Devemos começar pelas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), monitorando não só quantos dias os pacientes ficam internados, se ele adquiriu alguma doença, mas também poderemos acompanhar, de forma desburocratizada, cada evento que é realizado na UTI, se ele utilizou um cateter venoso e teve infecção, se ele foi para uma cirurgia e a sutura abriu. Tudo isso pelo sistema”, completou o diretor.
Interoperabilidade semântica
Na tecnologia da informação, interoperabilidade semântica é a capacidade de diferentes sistemas conseguirem interpretar de forma correta a informação contida em cada um deles. No contexto da saúde, ao unir registros de atendimentos que muitas vezes se encontram dispersos em vários tipos de prontuários em padrões nacionais e/ou internacionais, a interoperabilidade beneficia a atenção, com processos eletrônicos mais ágeis, além da educação e pesquisa, por meio dos dados coletados, que permitem análise e a elaboração de estudos.
Segundo Luciana Guimarães de Paula, chefe de Serviço de Saúde Digital e Inteligência de Dados da Ebserh, o SNOMED CT desempenha um papel crucial no desenvolvimento da interoperabilidade entre diferentes sistemas de informação em saúde.
Acesse a notícia completa na página da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh.
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