Destaque

Estudo da UFF pesquisa tratamentos efetivos contra a retinopatia diabética

Fonte

UFF | Universidade Federal Fluminense

Data

domingo. 25 junho 2023 11:35

Entre os anos de 2019 e 2021, os casos de diabetes tiveram um aumento de 16% em todo o mundo e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a situação atual já é considerada uma pandemia. Depois de 20 anos acometidos pelo diabetes, 95% dos pacientes começam a apresentar retinopatia diabética, uma patologia visual que atinge diretamente a retina. Por ser uma doença ainda sem cura, a Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveu um estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e coordenado pela Dra. Karin da Costa Calaza, professora do Departamento de Neurobiologia da UFF, que visa buscar um tratamento efetivo para a retinopatia diabética.

Em uma fase mais avançada da retinopatia diabética, os vasos presentes na retina começam a ser alterados e acabam ficando quebradiços, dificultando o transporte de oxigênio e gerando isquemia. Como explicou a professora, a alteração desses vasos ocorre depois de muitas outras coisas de difícil diagnóstico, e possui apenas tratamentos paliativos.

Com a intenção de tentar evitar a chegada da fase mais tardia da retinopatia diabética e suas consequências graves, podendo levar à cegueira, o estudo investiga a fase inicial de desenvolvimento da doença. Para realizar a análise, o diabetes tipo 1 é induzido em ratos, deixando-os dependentes de insulina. Logo, eles desenvolvem um quadro de hiperglicemia, que é a alta taxa de glicose no sangue. De acordo com a professora Karin, toda a doença se desenvolve a partir dessa hiperglicemia, com exceção dos casos de pacientes que têm um controle rígido da glicemia, mas ainda sim desenvolvem a retinopatia, seja por conta da pressão arterial, ou da quantidade de gordura ruim presente no sangue.

“Analisamos a retina de ratos diabéticos com uma e três semanas de doença. Em uma semana, começamos a estudar um sistema de neurotransmissor, aquelas moléculas liberadas pelos neurônios, muito importantes para o funcionamento da retina. Com três semanas, mesmo estando a doença em estado inicial e com pouco tempo de hiperglicemia, já havia alterações no funcionamento normal desse tecido”, relatou a coordenadora.

Segundo a pesquisadora, na época em que as análises começaram, já havia artigos que tratavam do assunto, mostrando um processo importante no desenvolvimento da doença: o estresse oxidativo. Esse fenômeno ocorre por conta da alta produção de moléculas reativas de oxigênio e da falta de antioxidante, cuja função é proteger a célula desse processo. No decorrer dos anos, o estresse oxidativo também leva a alterações nos vasos e à perda parcial e/ou total da visão.

O estudo traz todo o contexto do processo de alteração neural inicial da retinopatia diabética, mostrando que nas primeiras semanas já existe estresse oxidativo e, embora não seja possível declarar morte celular nesse estágio, é possível identificar níveis menores de uma molécula antioxidante que ajuda a manter o ambiente celular saudável. “Estamos na fase de tentar entender se existe alguma regulação ali que possa afetar diretamente esse sistema de transporte. Uma das linhas de pesquisa no laboratório é tentar compreender se doses moderadas de cafeína, tomadas no dia a dia, podem afetar o desenvolvimento da retina. Já coletamos o tecido, e agora vamos iniciar o processo de corte para fazer as análises no tecido propriamente dito”, concluiu a pesquisadora.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal Fluminense.

Fonte: Assessoria de Imprensa, UFF.

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