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Nanopartículas de prata são eficazes no tratamento da cárie
As nanopartículas de prata (AgNPs) têm sido utilizadas como agentes capazes de interromper a ação da cárie dentária sem uso de broca. Um estudo recente, com participação de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), avança nesse tema e aponta que as AgNPs são capazes de penetrar nos túbulos dentinários. Estes, por sua vez, são canais microscópicos presentes na dentina, a estrutura interna do dente localizada abaixo do esmalte. A descoberta foi publicada na revista científica Materialia.
Realizado de forma conjunta, o trabalho tem como autores o professor Dr. André Galembeck e a doutoranda Maria Clara Müller de Andrade, ambos vinculados ao Departamento de Química Fundamental do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPE. O estudo também contou com a colaboração da Dra. Aronita Rosenblatt, professora da Faculdade de Odontologia de Pernambuco da Universidade de Pernambuco (UPE).
A estrutura dental é composta tanto pelo esmalte (parte mais externa e dura) quanto pelo complexo interno constituído pela dentina, que envolve a polpa (tecido mole composto por nervos e vasos sanguíneos). A cárie dentária é formada progressivamente a partir do acúmulo da placa bacteriana na superfície do esmalte dental, provocando o seu amolecimento, e consequentemente, permitindo a penetração e multiplicação de bactérias patogênicas nos túbulos dentinários. Desse modo, as lesões cariosas podem afetar as camadas mais profundas do dente e causar infecções.
A ação cariostática se refere a uma atividade que ajuda a paralisar a formação de cárie dentária. Essa ação pode ser realizada por diversas substâncias que atuam em diferentes etapas do processo. O artigo demonstrou que as AgNPs podem penetrar nos túbulos dentinários e permanecer na estrutura dentinária como uma fonte duradoura e constante de íons Ag+, impedindo a invasão bacteriana futura e, portanto, prevenindo o desenvolvimento de cáries.
O professor André Galembeck, que realiza pesquisas sobre o assunto desde 2010, ressaltou o poder que as nanopartículas de prata têm como agente antimicrobiano. Para a produção da formulação à base de AgNPs, testes foram realizados em laboratório para verificar a ação microbiológica em ensaios in vitro para que, posteriormente, fossem realizados ensaios clínicos baseados em sua aplicação.
“Temos evidências de que o material desenvolvido em nosso laboratório [Laboratório de Compostos Híbridos Interfaces e Coloides] é capaz, além de paralisar, de prevenir a formação de cáries. As estimativas mostraram que a quantidade de partículas que penetram nos túbulos [dentinários] é suficiente para paralisar a cárie”, completou o professor André Galembeck.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Pernambuco.
Fonte: Ascom, UFPE.
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