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Pesquisadores da Universidade do Porto usam inteligência artificial para identificar ‘pacientes de risco’
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) conseguiram prever quais os pacientes cardiovasculares com maior risco de desenvolverem problemas neurológicos na sequência de uma cirurgia da artéria carótida interna.
Os pesquisadores aplicaram um algoritmo baseado em Inteligência Artificial, no qual incluem a calculadora de risco Gupta Perioperative Risk for Myocardial Infact or Cardiac Arrest (MICA), para determinar as características dos pacientes que poderão ter problemas neurológicos intraoperatórios, se forem submetidos a esta operação, chamada endarterectomia carotídea.
A intervenção cirúrgica visa prevenir acidentes vasculares cerebrais (AVC) em doentes com estreitamento ou obstrução das artérias carótidas internas. Estas importantes artérias localizadas no pescoço conduzem o oxigênio e sangue ao cérebro.
Embora seja muito usado, este tratamento pode ter como efeitos adversos déficits neurológicos, como confusão e alterações na fala, na função motora e na consciência. Tais eventos podem, em curto e longo prazos, conduzir a riscos acrescidos de eventos cerebrais e cardiovasculares.
Obesidade lidera fatores de risco
Os autores do estudo, publicado na revista científica Journal of Clinical Medicine, descobriram que a obesidade é principal fator de risco independente para a ocorrência de déficits neurológicos persistentes, na sequência deste tipo de cirurgia da artéria carótida, e desenvolveram uma árvore de decisão terapêutica com base em um algoritmo de inteligência artificial.
“Conseguimos prever os potenciais preditores associados ao aumento do risco desse evento adverso e, assim, aumentar o benefício da intervenção. Ao calcular e estratificar o risco de déficits neurológicos, este novo algoritmo permite desaconselhar a cirurgia, em alguns casos, e otimizar um plano de tratamento alternativo adequado”, explicaram os autores.
Segundo a equipe, “a utilidade clínica deste algoritmo poderá ser extensa, sobretudo no planeamento e otimização da qualidade de intervenção nestes pacientes, e será alvo de validação internacional”.
A endarterectomia carotídea é a técnica recomendada para tratamento de doentes que têm estenose da carótida interna sem sintomas e, especialmente, com sintomas. Calcula-se que, em todo o mundo, 58 milhões de pessoas, sobretudo homens, tenham uma estenose carotídea que obrigue a realizar esta intervenção.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Cláudia Azevedo, Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) de Portugal e Olga Magalhães, FMUP.
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