Destaque
Amiloidose sistêmica em gatos torna-se modelo para estudo da doença em humanos
A amiloidose sistêmica tipo AA é uma doença crônica em humanos e animais, caracterizada pela deposição patológica, no local extracelular, de material proteico insolúvel, denominado amiloide ou substância amiloide.
Recentemente, um estudo publicado na revista científica Nature Communications tratou da ocorrência da doença em gatos, classificando-a como epidemiologicamente relevante, mesmo que uma doença tradicionalmente considerada rara no gato europeu comum. O estudo foi fruto da colaboração de inúmeros grupos de pesquisa em medicina veterinária, contando também com pesquisadores Departamento de Medicina, Produção e Saúde Animal da Universidade de Pádua, na Itália.
Em humanos, existem muitas formas de amiloidose – que diferem na proteína responsável, início, órgãos envolvidos e curso – e uma delas é justamente a amiloidose AA (inflamatória/reativa).
No estudo realizado em gatos existem alguns paralelismos com a amiloidose humana que tornam a doença, na espécie felina, um modelo natural particularmente promissor para o futuro, incluindo o envolvimento renal. O estudo pode, portanto, fornecer informações úteis para melhor caracterizar a amiloidose humana. De fato, nos órgãos dos gatos com a doença foi observada a deposição de uma substância, perfeitamente caracterizada no estudo, que o sistema imunológico não consegue eliminar. Essa substância se acumula causando danos aos órgãos envolvidos e principalmente ao rim, assim como nos humanos.
“A pesquisa publicada é um marco no campo da pesquisa sobre a amiloidose e ao mesmo tempo sobre a própria doença no mundo animal. Além disso, a amiloidose sistêmica tipo AA é para todos os efeitos uma doença importante nos gatos e favorece o desenvolvimento de insuficiência renal”, comentou o Dr. Eric Zini, pesquisador da Universidade de Pádua.
«A excepcionalidade do trabalho é que ele representa mais um passo para a perfeita realização da medicina translacional, ou seja, o estudo de doenças espontâneas em modelos animais superiores e, portanto, com características muito próximas da patologia humana. Além disso, a possibilidade de submeter os animais afetados a ciclos de tratamentos comparáveis aos da medicina humana em hospitais veterinários poderia permitir desenvolvimentos de pesquisas inimagináveis em comparação com os obtidos e obteníveis com os modelos experimentais tradicionais de doenças usados até agora”, concluiu o Dr. Alessandro Zotti, diretor do Departamento de Medicina Animal, Produção e Saúde da Universidade de Pádua.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Pádua (em italiano).
Fonte: Universidade de Pádua.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar