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Terapias baseadas em Inteligência Artificial podem ajudar a reabilitar o sistema nervoso
Eletrodos para prevenir arritmia. Implantes para estimular o movimento perdido após um acidente vascular cerebral. Um dispositivo intracraniano para controlar os tremores produzidos pela doença de Parkinson. Estes são apenas alguns exemplos de interfaces cérebro-máquina que podem usar Inteligência Artificial (IA) e que estão tornando possível o tratamento direcionado de certas doenças.
Ficção científica? Não, são todas terapias que já existem ou estão sendo estudadas por pesquisadores como o Dr. Guillaume Lajoie, professor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade de Montreal e pesquisador do Mila, o Instituto de Inteligência Artificial de Quebec, no Canadá.
O laboratório do professor Lajoie é afiliado à BIOS Health, uma empresa com sede no Reino Unido especializada em interface neural (comunicação entre o cérebro e o computador), e o professor Lajoie é membro do comitê consultivo científico da BIOS.
“Estamos tentando estabelecer uma comunicação bidirecional entre as redes neurais do cérebro e o computador. Isso nos permitirá decodificar o que o sistema nervoso está dizendo e também modificar a atividade do sistema nervoso por meio de intervenções médicas direcionadas”, explicou o Dr. Guillaume Lajoie.
Área em crescimento
‘Tecnologia neural’, ‘interface cérebro-máquina’, ‘terapia digital neural’ e ‘engenharia neural’ tornaram-se termos da moda na indústria e na pesquisa acadêmica.
Fundada em 2015, a BIOS Health faz parte de um contingente crescente de empresas que usam inteligência artificial para ler, gravar e analisar dados do sistema nervoso. Outra é a Neuralink, uma startup americana fundada por Elon Musk que está trabalhando para desenvolver implantes cerebrais para conectar perfeitamente o cérebro e a IA.
Recentemente, Montreal tornou-se líder mundial neste campo em expansão: “A Universidade de Montreal tem um ecossistema muito rico em IA e neurociência. Esta experiência nos oferece oportunidades reais para desenvolver tratamentos revolucionários e fazer perguntas científicas anteriormente sem resposta sobre o cérebro”, destacou o professor Lajoie.
Atualmente, o pesquisador está criando algoritmos para facilitar a interação entre redes neurais biológicas e de IA.
Na BIOS Health, sua expertise está sendo aplicada para desenvolver técnicas de estimulação do nervo vago para prevenir eventos arrítmicos. “O nervo vago é um nervo muito longo que transmite os impulsos responsáveis pelo funcionamento autônomo de muitos órgãos”, explicou o professor Lajoie. “Então a ideia é interagir com o nervo por meio de eletrodos que possam registrar e modular os batimentos cardíacos. Se pudermos prever arritmias, podemos desenvolver maneiras de preveni-las por meio da estimulação direcionada do sistema nervoso”.
O Dr. Guillaume Lajoie também desenvolve tecnologias desse tipo em seu próprio laboratório, em colaboração com o Dr. Numa Dancause, professor do Departamento de Neurociências da Universidade de Montreal, e o Dr. Marco Bonizzato, professor da Polytechnique Montreal. Juntos, eles estão trabalhando em implantes neurais baseados em IA para ajudar a reabilitar pacientes com AVC.
“Depois de um derrame, você pode perder a coordenação motora da mão, por exemplo. Durante a reabilitação, a fisioterapia tenta recriar as conexões perdidas no cérebro forçando os movimentos. Estimular diretamente os neurônios especializados em realizar movimentos das mãos pode ajudar o cérebro a reparar diretamente as conexões”, concluiu o professor Guillaume Lajoie.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).
Fonte: Béatrice St-Cyr-Leroux, Universidade de Montreal.
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