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Ginástica laboral aumenta satisfação e produtividade no ambiente hospitalar
Um estudo de revisão de literatura publicado na Revista Científica de Enfermagem compilou alguns trabalhos que apontam os benefícios da ginástica laboral para os profissionais que atuam no ambiente hospitalar. Segundo os trabalhos selecionados, a atividade tem o potencial de diminuir dores, impactar positivamente a saúde mental, melhorar a interação entre equipes e a disposição.
Feita durante a jornada de trabalho de maneira voluntária e coletiva, essa ginástica é composta por movimentos de curta duração prescritos para prevenir doenças ocupacionais e aumentar a sensação de bem-estar. Nas instituições hospitalares, marcadas pelo ritmo intenso de trabalho e por sobrecargas físicas e psicológicas, as pesquisas sugerem que a prática ajuda a mitigar o adoecimento do trabalhador.
Segundo o estudo, intitulado ‘Benefícios da ginástica laboral em ambiente hospitalar: uma revisão integrativa’ e desenvolvido pelo Centro Universitário Teresa D’ávila, a ginástica laboral aumenta a produtividade e reduz gastos com despesas médicas tanto na área assistencial quanto na administrativa, ambas sujeitas ao estresse e à rotina pesada.
“Estudos encontrados na literatura revelam que os índices de distúrbios musculoesqueléticos são também altos em trabalhadores de setores administrativos, de rouparia, de nutrição e dietética e do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same), dado que todos esses outros setores incluem o trabalhador em um ambiente mecanizado e repetitivo em seus procedimentos, desgastando de forma intensa sua capacidade corporal de resposta fisiológica ao trabalho”, defendeu a publicação.
A pesquisa “Percepção dos servidores de um hospital de clínicas sobre os efeitos da ginástica laboral”, um dos trabalhos levantados na revisão, apontou que trabalhadores identificaram benefícios fisiológicos, como conscientização corporal e diminuição de dores, e emocionais com a prática, a exemplo da redução do estresse, melhora no humor e na boa integração com colegas e disposição para trabalhar. A amostra foi composta por 51 trabalhadores do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFTM/Ebserh).
Outra pesquisa, intitulada “Presença de sintomas musculoesqueléticos e efeitos da ginástica laboral em funcionários do setor administrativo de um hospital público”, apontou que a ginástica laboral feita em 15 funcionários que participaram do estudo diminuiu a dor musculoesquelética nesses trabalhadores (73,3% relatavam ter dor antes da atividade e o número caiu para 46,6% após a aderência ao programa).
Ginástica no Hupes
Segundo Deborah Sauer, profissional de educação física do Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia e também vinculado à Rede Ebserh (Hupes-UFBA/Ebserh), a ginástica laboral é importante porque ajuda a variar o padrão de movimento durante as horas de trabalho. A pessoa que fica muito tempo sentada, por exemplo, ganha em qualidade de vida ao se programar para se movimentar durante intervalos curtos.
De acordo com Sauer, mesmo pequenas caminhadas para beber água durante o expediente já ajudam. “Em uma UTI, o que mais se quer é fazer o paciente sair dali para poder levantar e evitar a atrofia. No nosso corpo não é diferente. Quem fica muito tempo sentado acaba inibindo a musculatura do tronco. Esse enfraquecimento predispõe a lombalgias. Por isso, é importante utilizar a musculatura”, explicou Deborah Sauer.
O Hupes oferece ginástica laboral aos trabalhadores. A atividade, coordenada por profissionais capacitados, tem duração de cerca de 15 minutos e pode ocorrer de uma a duas vezes na semana durante seis meses ou mais. Depois desse período, o recomendável é que as pessoas continuem praticando os movimentos, mesmo sem o acompanhamento do profissional de educação física. “A ideia da ginástica laboral no Hupes é educar o trabalhador. Ensinar a ele alguns movimentos para que tenha autonomia para fazê-los sozinho durante o expediente. O objetivo é engajar a pessoa nessa atividade”, disse Deborah Sauer.
Acesse o resumo do artigo ceintífico.
Acesse a notícia completa na Ebserh.
Fonte: Ebserh, com informações do Hupes-UFBA, Ebserh.
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