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Cientistas da UFPB criam ferritas em nanopartículas, materiais cerâmicos que podem ser usados em indústrias de ponta, inclusive na área da Saúde
Cientistas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram ferritas de cobre, cobalto e níquel para aplicação em indústrias de ponta. Esses materiais cerâmicos são versáteis, multifuncionais e ecologicamente corretos e poderão ser úteis na produção de dispositivos magnéticos para armazenamento de informações e para transporte e liberação de fármacos, com atividade antimicrobiana, para fotocatálise, para supercapacitores e para catalisadores eletroquímicos.
“Tem sido cada vez mais importante otimizar os processos de obtenção de materiais para diversos fins, tendo em vista que o avanço tecnológico tem exigido processos e produtos cada vez mais versáteis, multifuncionais e ecologicamente corretos”, explicou a Dra. Luciena Ferreira, egressa do curso de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFPB.
O uso efetivo desses materiais, no entanto, ainda não é uma realidade no Brasil, mas, de acordo com a Dra. Luciena Ferreira, estudos apontam para o potencial uso comercial deles no mundo, ainda que em escala de teste, principalmente para usos em dispositivos de conversão e armazenamento de energia.
A Dra. Luciena Ferreira explicou que cerâmicas são uma classe de materiais constituídos por elementos químicos metálicos e não metálicos que, na maioria das vezes, possuem ligações de natureza iônica. Os óxidos fazem parte dessa classificação. Cerâmicas magnéticas, por sua vez, são constituídas por uma mistura de óxidos dentre os quais devem estar os óxidos que possuem propriedades magnéticas. No caso das ferritas, estes materiais devem ter o óxido de ferro em sua composição.
“As ferritas são versáteis e multifuncionais por apresentarem uma fórmula química que permite dopagens (adição de impurezas químicas de forma intencional e controlada), além de serem materiais que apresentam estabilidade química, térmica e estrutural, condutividade elétrica, propriedades magnéticas e eletroquímicas”, destacou a cientista da UFPB.
A análise das propriedades magnéticas das ferritas desenvolvidas pelos pesquisadores da UFPB evidenciou o comportamento ferrimagnético característico desse tipo de material cerâmico. Com relação às propriedades hipertérmicas, os resultados dos experimentos mostraram que as amostras possuem propriedade de magnetohipertermia (aquecimento por exposição a campo magnético externo). As amostras de ferritas de cobre, cobalto e níquel também apresentaram um comportamento eletroquímico considerável para fins de uso em dispositivos de armazenamento de energia.
Na prática, isso significa que as ferritas obtidas podem ser usadas em aplicações que exigem comportamento magnético, tais como dispositivos magnéticos para armazenamento de informações, absorvedores de micro-ondas, dispositivos de spintrônica e, por gerarem aquecimento quando expostas a um campo magnético externo, podem ser usadas para aplicações em terapia de câncer através de magnetohipertermia.
Da mesma forma, as propriedades eletroquímicas, no caso deste estudo, sugerem que estes materiais podem ser usados como dispositivos de armazenamento de energia (supercapacitores) e dispositivos de conversão de energia, como eletrocatalisadores em solução alcalina, gerando gás oxigênio ou gás hidrogênio.
Os resultados foram publicados nas revistas científicas Materials Chemistry and Physics e Advanced Powder Technology.
Acesse o resumo do artigo publicado na revista Materials Chemistry and Physics (em inglês).
Acesse o resumo do primeiro artigo publicado na revista Advanced Powder Technology (em inglês).
Acesse o segundo artigo científico completo publicado na revista Advanced Powder Technology (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal da Paraíba.
Fonte: Pedro Paz e Aline Lins, UFPB.
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