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Pesquisador da UFRGS cria dispositivo vestível que detecta quedas
Uma pesquisa de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Microeletrônica (PGMICRO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) culminou com o desenvolvimento de um protótipo de aparelho vestível que consegue identificar a queda de uma pessoa e transmitir um aviso para que ela possa ser atendida o mais rápido possível. Criado pelo pesquisador João Carlos Britto Filho, o aparelho poderá ser utilizado em hospitais geriátricos, fornecendo maior segurança a idosos que sofrem mais frequentemente com as consequências das quedas. Além disso, o dispositivo poderá ter uso doméstico – em idosos que moram sozinhos ou pessoas com tendências a tonturas – e em clínicas, em pacientes que correm maior risco de desequilíbrio. A dissertação foi orientada pelo professor Dr. Marcelo Soares Lubaszewski.
O dispositivo simples necessita de três elementos para funcionar: um sensor, um processador e algum componente de comunicação externa que avise outras pessoas no caso de queda. De acordo com o pesquisador, atualmente existem vários aparelhos detectores desses acidentes, mas nenhum aborda tolerância a falhas, apresentando claramente as suas capacidades em termos de teste e segurança de operação. “O que acontece em alguns dispositivos baseados em smartphone é que, se o celular para de funcionar ou trava, o tempo que ele demora para reiniciar é normalmente lento, ainda mais considerando o tempo de uma queda, que é cerca de um segundo e meio”, explicou o pesquisador.
O trabalho, então, tentou resolver essa lacuna, que não é preenchida na literatura nem nas soluções que existem atualmente. “O que a gente fez foi triplicar o número de sensores, quadruplicar o número de cores (elemento processador) e duplicar o elemento de comunicação com a nuvem. As rotas entre os processadores e os sensores foram duplicadas também, então ficou um sistema extremamente seguro e bem tolerante a falhas”, explicou João Carlos.
O detector avisa no momento em que a queda começa, ou seja, logo antes de a pessoa sofrer o impacto. João Carlos explicou que, nesse ponto, ocorre o maior pico de energia do sistema, porque ele liga os dois processadores, os conecta à rede wi-fi da casa e, cerca de 200 a 300 milissegundos antes de a pessoa realmente cair, o aparelho avisa três servidores diferentes – que podem ser direcionados a familiares, vizinhos ou ao plano de saúde da pessoa. Uma das ideias é incluir a automação residencial no processo: “Seria bem interessante também se a pessoa tivesse uma automação para abrir a porta e chamar o vizinho, ou para fazer uma ligação para o vizinho, por exemplo”. Como o hardware e o software são de acesso livre, a programação está liberada para replicação através do site GitHub.
Segundo João Carlos, o dispositivo pode impactar diretamente na diminuição de mortes de idosos em decorrência de quedas que ferem ou até incapacitam o indivíduo caso o socorro não ocorra rapidamente. “Eu acho bem interessante usar ele tanto em hospital geriátrico quanto em hospitais diversos. Às vezes o paciente está meio sedado, cai, e até chegar alguém demora, porque [a pessoa] não consegue avisar. Usar esse dispositivo auxilia bastante para o atendimento mais rápido”, concluiu o pesquisador.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Fonte: Geovana Benites, Ciência – Jornal da Universidade/UFRGS.
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