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Pesquisadores da UFJF depositam patente de dispositivo para medir fluxo em sondas urinárias
A sonda (ou cateter) vesical tem várias aplicações clínicas no tratamento de pacientes ambulatoriais e internados. Particularmente em pacientes graves, como os internados em Unidades de Terapia Intensiva, ela é fundamental para monitorar o fluxo urinário, um parâmetro importante para verificar o funcionamento dos órgãos. Para garantir uma medição mais precisa e sem riscos para o paciente, pesquisadores da Faculdade de Medicina e do Departamento de Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se uniram para desenvolver uma ferramenta própria para agilizar esse procedimento hospitalar.
A proposta de patente foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em 2021. O dispositivo (BR 10 2021 0109637) já foi testado em laboratório e em breve passará por testes em animais. Desenvolvido no âmbito do Laboratório de Física Aplicada (LabFapli), o protótipo envolveu o Dr. José Paulo de Mendonça e o Dr. Rodrigo Alves Dias, professores do Departamento de Física, o Dr. Bruno Pinheiro, professor da Faculdade de Medicina, e o técnico de laboratório Pedro Paulo Ferreira.
“O fluxo urinário é um excelente marcador da perfusão dos órgãos, ou seja, se a circulação de sangue para os diferentes órgãos está adequada. Sua monitorização é fundamental na condução clínica de pacientes graves internados em UTIs, com cateter vesical de demora”, garantiu o professor Bruno Pinheiro, que também é chefe da Unidade de Cuidados Intensivos e do serviço de Pneumologia do Hospital Universitário da UFJF.
Segundo o médico, a ideia surgiu a partir da experiência na rotina hospitalar que identificou três limitações: “os métodos não são precisos e nem em tempo real; a monitorização demanda ações periódicas pela equipe de Enfermagem, que já está sobrecarregada em outras tarefas; e a abertura periódica do sistema coletor de urina pode implicar em aumento do risco de infecção pela manipulação excessiva”.
Diferencial competitivo
Nesse contexto, o dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores da UFJF apresenta diversas vantagens, fornecendo uma medida precisa e contínua, em tempo real; automática, otimizando a carga de trabalho; e que mantém o circuito fechado, reduzindo a manipulação e o consequente risco de infecção. “Os resultados podem ser compartilhados com outros monitores, permitindo a análise conjunta com outros parâmetros, tais como pressão arterial, frequência cardíaca ou níveis de oxigenação. Isso permite melhor interpretação dos resultados e favorece a tomada de decisão”, complementou o professor Bruno Pinheiro.
Coordenador do LabFapli, o professor José Paulo de Mendonça explicou que o dispositivo foi adaptado de um fluxômetro – ferramenta já desenvolvida pelos pesquisadores da Física cuja patente foi concedida em 2019 – para a sonda vesical. “Os testes de laboratório comprovaram a eficácia. Um grande diferencial é que a sonda é a mesma, o aparelho será apenas acoplado ao saco coletor de urina”.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Fonte: Pesquisa e Inovação, UFJF.
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