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Pesquisadores desenvolvem novo dispositivo médico para substituir o estetoscópio
Quais são as primeiras imagens que vêm à mente quando se pensa em médicos? Provavelmente jalecos brancos e a ferramenta mais confiável de um médico, o estetoscópio. Com mais de 200 anos, o estetoscópio continua sendo uma das ferramentas mais importantes do médico, embora o dispositivo em si quase não tenha se desenvolvido desde a década de 1960.
Recentemente, uma inovação que está sendo desenvolvida na Universidade Aalto, na Finlândia, pode mudar isso. Com a ajuda da Inteligência Artificial, o novo dispositivo analisa inúmeras funções corporais, produz um diagnóstico provável e, em seguida, sugere ao médico os exames de acompanhamento mais adequados.
Os pesquisadores acreditam que o dispositivo pode substituir o estetoscópio e permitir diagnósticos mais rápidos e precisos.
O desenvolvimento do dispositivo começou como parte do programa Biodesign da Universidade Aalto, cujo conceito nasceu na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. A ideia é que uma equipe multidisciplinar se instale em um ambiente hospitalar para observar suas necessidades e então apresentar inovações tecnológicas como soluções.
“O estetoscópio é ‘burro’, analógico e bem antiquado. Nossa equipe teve como objetivo transformá-lo em algo inteligente e com capacidade de rede. Queríamos conseguir isso tornando o estetoscópio mais eficaz e automatizando outros exames de rotina”, disse Alexis Kouros, pesquisador da Universidade Aalto.
O aparelho desenvolvido pelo grupo de pesquisa atende a diversas necessidades de exames médicos simultaneamente. O Dr. Alexis Kouros compara a relação entre estetoscópios e o novo aparelho com a diferença entre telefones fixos e smartphones.
Fonte: Nita Vera, Universidade Aalto
Permitindo consultas remotas
O novo dispositivo grava sons pulmonares e cardíacos como um arquivo de áudio, que é então analisado pela Inteligência Artificial. Além disso, mede a temperatura corporal do paciente, frequência respiratória, saturação de oxigênio, pressão arterial e eletrocardiograma. Tudo isso é registrado diretamente nos documentos digitais do paciente: o médico não precisa se preocupar com nada em relação aos registros.
O sistema sugere diagnósticos utilizando as medições, além de, por exemplo, informações médicas pessoais sobre exames laboratoriais e medicamentos prescritos. O médico ouve, compara e também pode consultar um colega encaminhando a gravação – para, digamos, um grande especialista do outro lado do mundo.
“Os médicos não precisam realizar nenhuma entrada de dados ou outras novas etapas de trabalho para usar o dispositivo”, disse o Dr. Alexis Kouros.
O novo dispositivo está em testes clínicos e cerca de cem pessoas já foram examinadas com ele. O objetivo é lançá-lo na Europa até o final de 2023.
“Temos um protótipo funcional e um caminho de desenvolvimento claro. Esperamos que nosso dispositivo esteja em uso geral dentro de 5 a 10 anos. Isso representaria o início de uma nova era no exame clínico do paciente. Melhorar a precisão do diagnóstico pode reduzir a necessidade de exames complementares”, concluíram os pesquisadores.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Aalto (em inglês).
Fonte: Elsa Snellman, Universidade Aalto. Imagem: Nita Vera, Universidade Aalto.
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