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Exercícios intervalados de alta intensidade são efetivos no tratamento do diabetes tipo 2
A prática de exercícios físicos está entre as principais prescrições para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2. E uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) chegou à conclusão de que o treinamento físico intervalado de alta intensidade é mais efetivo do que os programas de treinamento contínuo de moderada intensidade na redução dos danos causados pelo quadro de hiperglicemia. O estudo ressalta, no entanto, a importância da prescrição realizada por equipe profissional qualificada, que deve levar em conta as possibilidades e limitações do paciente.
Conduzido pelo pesquisador Lucas Raphael Bento Silva, sob a orientação da Dra. Ana Cristina Silva Rebelo, professora da Faculdade de Medicina da UFG e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Reabilitação Cardíaca (Nuprec), o estudo acompanhou um total 59 adultos, com média de idade de 57 anos, diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2, durante oito semanas de treinamento. Os participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a prescrição do treinamento.
No primeiro grupo foi realizado um planejamento de treino moderado, com dois minutos de aquecimento e 14 minutos de exercício contínuo na esteira a 70% da velocidade máxima que os voluntários atingiam. O segundo e o terceiro grupo tiveram treinos de alta intensidade (HIIT). Nesse caso, a corrida é realizada na velocidade máxima que os voluntários conseguem atingir. Um dos grupos realizou aquecimento de dois minutos e, na sequência, cinco corridas na esteira com duração de dois minutos, intercaladas por descansos, também de dois minutos. E o outro grupo, após o aquecimento de dois minutos, realizou 20 corridas de 30 segundos, intercaladas por descansos de também 30 segundos. Os três protocolos de treinamento foram realizados duas vezes na semana e em cada sessão o tempo total de exercícios não ultrapassou 24 minutos.
De acordo com o resultado do estudo, os grupos submetidos aos protocolos de alta intensidade apresentaram melhores adaptações após o fim do programa de reabilitação cardíaca. “Em especial, o treinamento de 20 corridas de 30 segundos se mostrou efetivo quando comparado ao programa com treinamento de moderada intensidade”, afirmou o pesquisador Lucas Silva. “Surpreendemos com as respostas positivas do treinamento intervalado de alta intensidade que, com menos de 50 minutos de treino por semana, conseguiu alcançar resultados no sentido a minimizar os efeitos deletérios do quadro crônico de hiperglicemia”.
“O resultado da nossa pesquisa serviu para confirmar, mais uma vez, a possibilidade de utilização de exercícios de alta intensidade nesses programas com grupos de pessoas com patologias, no nosso caso o diabetes tipo 2”, destacou o pesquisador. Segundo ele, talvez seja possível inferir que na fase inicial da reabilitação cardiometabólica os protocolos de moderada intensidade ainda sejam os indicados. “No entanto, a partir da fase II (e nas fases III e IV) o treinamento intervalado de alta intensidade seja uma ferramenta possível e eficaz em diferentes patologias”, concluiu Lucas Silva.
Acesse a notícia completa na página da UFG.
Fonte: Carolina Melo, Secom/UFG.
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