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Treinamento intermitente de alta intensidade melhora a memória espacial em animais
Pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, mostraram que tanto o treinamento de resistência quanto o treinamento intermitente de alta intensidade (HIIT) melhoraram a capacidade de exercício e a função cerebral em camundongos. Os pesquisadores descobriram que, apesar de cobrir apenas um terço da distância no HIIT em comparação com o treinamento de resistência, melhorias semelhantes na capacidade de exercício e função cerebral foram observadas para ambas as formas de exercício.
“Nós investigamos como os músculos e cérebros dos animais – especificamente, a região do cérebro envolvida na aprendizagem espacial chamada hipocampo – se adaptaram a esses tipos de exercício e como os camundongos consequentemente aprenderam e se lembraram de navegar em labirintos”, explicou o professor Dr. Hideaki Soya, que liderou a pesquisa.
No experimento, os camundongos foram designados a 1 de 3 grupos – descanso, corrida de resistência ou intervalos alternados (sprints curtos e descanso) – durante as sessões de treinamento em esteiras 5 dias por semana durante 4 semanas.
Tanto a corrida de resistência quanto o HIIT resultaram em perda de peso, maior massa muscular e capacidade de se exercitar por mais tempo em comparação com os controles; no entanto, o aumento da capacidade aeróbia celular foi encontrado no sóleo (um músculo com fibras predominantemente de contração lenta que o torna funcionalmente bem adequado para resistência) e no plantar (um músculo com fibras predominantemente de contração rápida para atender às demandas funcionais de alta energia) nos grupos corrida de resistência e HIIT, respectivamente.
Os camundongos em ambos os grupos demonstraram ter melhor memória de tentativas de aprendizagem espacial em busca de uma plataforma de fuga em um labirinto. No hipocampo, o aumento do desenvolvimento celular – a neurogênese – também foi observado para ambas as formas de exercício; no entanto, os níveis de uma proteína sinalizadora que promove a neurogênese (BDNF) foram aumentados devido ao HIIT, mas não devido à corrida de resistência, enquanto os níveis de seu receptor (TrkB) foram aumentados em ambos os casos.
Dado que a expressão do BDNF é conhecida por ser afetada pelo exercício, por que a corrida de resistência não aumentou a expressão do BDNF? A resposta pode estar no papel mediador do estresse na expressão do BDNF – o exercício é um tipo de estresse. Embora os indicadores de estresse em ambos os grupos de exercícios sejam semelhantes, esta linha de investigação pode levar a estudos futuros.
“Neste estudo, mostramos que um regime de exercícios HIIT com um baixo volume de exercício melhora a memória espacial, e demonstramos que essas melhorias são apoiadas por mudanças na plasticidade neuronal no hipocampo. Em um estudo anterior, descobrimos que o treinamento contínuo de baixa intensidade teve um efeito benéfico semelhante, enquanto o treinamento contínuo de alta intensidade não teve. Assim, parece que os benefícios gerados pelo exercício podem na verdade depender da otimização, ou seja, uma compensação entre o tempo e a intensidade do exercício”, concluiu o Dr. Hideaki Soya.
Os resultados foram publicados na revista científica Cerebral Cortex.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Tsukuba (em inglês).
Fonte: Universidade de Tsukuba.
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