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Estudo destaca neurônios específicos responsáveis pelo diabetes tipo 2
Uma nova pesquisa do Departamento de Ciências Nutricionais da Universidade Texas Tech, nos Estados Unidos, sugere que um grupo específico de neurônios no cérebro pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Em 2014, o Dr. Andrew Shin, professor e diretor do Laboratório de Neurobiologia da Nutrição da Texas Tech, começou a estudar como o corpo humano regula os aminoácidos de cadeia ramificada (chamados BCAAs, da sigla em inglês). Esses aminoácidos essenciais desempenham papéis importantes, produzindo energia a partir de nossos alimentos e criando neurotransmissores de que o cérebro precisa para funcionar. Mas estudos recentes mostraram que ter muitos BCAAs no sangue pode ser uma má notícia.
Pessoas com obesidade e diabetes tipo 2 geralmente têm níveis mais elevados de BCAAs no sangue. Na verdade, seus níveis são consistentemente mais altos em todas as idades e etnias, o que significa que a quantidade de BCAAs no sangue pode ser usada como um marcador precoce para o risco de diabetes tipo 2. Além disso, a suplementação de BCAA, que é comum entre atletas, pode levar à resistência à insulina e a um nível de glicose anormalmente alto – em suma, cria o caminho para desenvolver diabetes tipo 2.
Com base em pesquisas anteriores, o Dr. Andrew Shin queria entender por que os BCAAs são elevados no sangue e quais mecanismos subjacentes elevam seus níveis. Em um novo estudo, publicado recentemente na revista científica Diabetes, o laboratório do Dr. Shin descobriu que um grupo específico de neurônios, chamados neurônios de proteínas relacionadas com agouti, em uma área específica do cérebro, o hipotálamo mediobasal, são os principais responsáveis por controlar os níveis de BCAAs no sangue.
“Nossas descobertas são significativas porque agora temos uma melhor compreensão de como os BCAAs no sangue são controlados e por que eles podem ser mais elevados e participar do aumento da glicose no sangue em pessoas com obesidade ou diabetes tipo 2”, explicou o Dr. Shin.
“Acreditamos que se pudermos descobrir como os BCAAs são normalmente regulados em nosso corpo, isso nos permitirá identificar qual parte do processo deu errado em pessoas com obesidade ou diabetes tipo 2. Isso acabaria nos ajudando a desenvolver uma dieta ou intervenções farmacológicas para manter baixos os níveis de BCAA no sangue. Nossa esperança é que isso contribua para o tratamento de pessoas que são suscetíveis a desenvolver resistência à insulina e diabetes tipo 2”, explicou o pesquisador.
O Dr. Shin advertiu que, embora esta nova pesquisa aproxime a ciência de como os BCAAs são regulados fisiologicamente, ainda há um longo caminho a percorrer.
“Gostaríamos de continuar delineando como isso é realizado”, disse ele, “testando se outros grupos de neurônios estão envolvidos, quais conexões neurais críticas são necessárias, e outros detalhes”, concluiu o Dr. Andrew Shin.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Texas Tech (em inglês).
Fonte: Glenys Young, Universidade Texas Tech.
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