Notícia
Equipamento criado na Unicamp expande as fronteiras da nanociência
Acessório para ser acoplado em microscópio aumenta significativamente a captação de luz, ajudando a superar limitações de pesquisa em áreas como materiais nanoestruturados e semicondutores
Pedro Amatuzzi, Inova Unicamp
Fonte
Agência FAPESP
Data
quinta-feira, 2 junho 2022 06:45
Áreas
Ciência dos Materiais. Inovação. Nanotecnologia.
Um equipamento inovador na área de microscopia, desenvolvido nos laboratórios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conquistou destaque internacional por permitir explorar novas fronteiras da nanociência. Trata-se de um acessório para ser acoplado a um microscópio de varredura de tunelamento que tem como diferencial sua capacidade otimizada de captação de luz. O invento foi lançado no mercado mundial pela empresa norte-americana RHK Technology, com a marca de PanScan Lumin-SLT.
A pesquisa que levou ao desenvolvimento da tecnologia foi conduzida pelo professor Dr. Luiz Fernando Zagonel, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. Colaboraram com o trabalho Ricardo Javier Peña Roman e Yves Maia Auad. O grupo recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Com clara aplicação industrial, a inovação foi protegida e licenciada com apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp. A RHK promoveu o lançamento internacional do produto em março, menos de um ano após a formalização do contrato de transferência de tecnologia com a Unicamp.
“Anteriormente, a coleta de luz dos microscópios desse tipo era limitada tipicamente a uma pequena fração de luz emitida pela amostra, em torno de 5%. Com esta invenção o problema é resolvido, pois o acessório viabiliza máxima captação, com eficiência em torno de 72%”, explicou o Dr. Luiz Zagonel.
Impacto do novo produto
Os microscópios de varredura de tunelamento são equipamentos de imagem usados em vários experimentos que demandam análise de amostras. “Esse tipo de microscópio é um equipamento poderoso, capaz de obter imagens com resolução atômica, aplicáveis a vários tipos de amostras de interesse científico e tecnológico”, explicou o Dr. Luiz Zagonel.
Segundo o professor, a capacidade de captar mais luz, alcançada nos experimentos do grupo, vai permitir, por exemplo, compreender de forma mais ágil materiais nanoestruturados, semicondutores, nanoestruturas metálicas e pontos quânticos, entre outras possibilidades. Atualmente, o pesquisador usa o equipamento para estudar materiais com potencial de se tornar elementos-chave nas próximas gerações de LEDs e de células fotovoltaicas.
Da perspectiva da empresa RHK Technology, a inovação na taxa de captura de luz alcançada foi considerada notável e revolucionária para a prática científica, já que a eficiência de coleta de luz de 72% ajuda a superar uma série de limitações de pesquisa.
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Fonte: Agência FAPESP. Imagem: Pedro Amatuzzi, Inova Unicamp.
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