Notícia
A realidade virtual pode ajudar a aliviar a ansiedade e a dor de pacientes em cuidados paliativos?
E se pudesse ser oferecida a indivíduos em cuidados paliativos toda uma gama de experiências tranquilas, familiares ou estimulantes que eles pudessem desfrutar em seu leito?
Amélie Philibert, Universidade de Montreal
Fonte
Universidade de Montreal
Data
terça-feira, 14 maio 2024 12:35
Áreas
Assistência Social. Cuidados Paliativos. Enfermagem. Geriatria. Psicologia. Psiquiatria. Realidade Virtual.
Uma praia ensolarada sob um céu azul no México; um mercado movimentado em Reykjavik, na Islândia; um lago cintilante em Laurentians, no Canadá, ou um quarteto de cordas tocando Bach…
E se pudesse ser oferecida a indivíduos em cuidados paliativos toda uma gama de experiências tranquilas, familiares ou estimulantes que eles pudessem desfrutar em seu leito? E se tais experiências pudessem não só permitir-lhes viajar, descobrir, explorar e relaxar, mas também diminuir a ansiedade e a dor física?
O neuropsicólogo Dr. Jhon Alexander Moreno, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Montreal, no Canadá, e pesquisador do Centro de Pesquisa em Geriatria do Instituto Universitário de Montreal, decidiu aceitar o desafio de um estudo nesse tema.
O professor Moreno agora se prepara para testar o uso de dispositivos de realidade virtual em pacientes da unidade de cuidados paliativos do Hôpital Notre-Dame. Os participantes serão imersos em vídeos filmados com uma câmera de 360 graus e transportados em uma jornada visual e auditiva completamente realista – mas virtual. Seus níveis de dor e ansiedade serão medidos antes e depois da experiência.
Para criar esta ferramenta inovadora, o professor Moreno se uniu a Guillermo Lopez Pérez, cineasta e fundador da Nipper Media, uma empresa de Montreal especializada na criação de conteúdo de realidade virtual. Lopez Pérez filmou as imagens utilizadas nas experiências virtuais e depois combinou-as com músicas, vozes e detalhes dos locais apresentados.
Repensando os cuidados de fim de vida
A ideia do Dr. John Moreno de utilizar essa abordagem não farmacológica surgiu do desejo de ajudar a amenizar o sofrimento das pessoas no fim da vida.
“A experiência do fim da vida é provavelmente a mais exigente emocionalmente de todas as experiências”, disse o professor. “Os indivíduos podem experimentar um sofrimento considerável devido não apenas à dor física, mas também a uma grande angústia existencial ou ansiedade antecipatória em relação à morte.”
Ele ressaltou que os cuidados paliativos normalmente dependem de uma combinação de abordagens para aliviar o desconforto físico, psicológico, espiritual, existencial e social. Na sua opinião, as abordagens não farmacológicas oferecem inúmeras vantagens.
“As drogas podem causar confusão e interferir na capacidade do indivíduo de comunicar seus desejos e refletir sobre o que está acontecendo com ele”, explicou o pesquisador. “Descobrimos que o uso de uma combinação de abordagens farmacológicas e não farmacológicas permite que os pacientes interajam mais com seus entes queridos e cuidadores, o que pode ter um grande impacto na definição da sua experiência de fim de vida.”
O professor destacou ainda que quem está em cuidados paliativos muitas vezes já esteve internado anteriormente e por isso já passou muito tempo acamado. Ele vê as viagens virtuais como uma forma de escapar, parar de pensar na situação e se divertir. Isso lhes dá ‘algo para olhar além do teto do quarto’.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).
Fonte: Béatrice St-Cyr-Leroux, Universidade de Montreal. Imagem: Realidade Virtual será testada em pacientes em cuidados paliativos. Fonte: Amélie Philibert, Universidade de Montreal.
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