Notícia

Localização não invasiva de lesões mamárias pode ajudar em cirurgia de câncer de mama

sasint via Pixabay

Fonte

UPM | Universidade Politécnica de Madri

Data

domingo, 2 abril 2023 11:15

Áreas

Bioinformática. Biomedicina. Cirurgia. Engenharia Biomédica. Imagens Médicas. Medicina. Oncologia. Radiologia. Simulação Computacional.

Para superar as limitações das técnicas de localização pré-operatórias utilizadas para o tratamento do câncer de mama, pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri (UPM) e do Centro de Investigações Biomédicas em Rede – Bioengenharia, Biomateriais e Nanomedicina (CIBER-BBN), na Espanha desenvolveram um novo método que combina informações de imagem pré-operatória com as da superfície do paciente e, assim, determina a posição do tumor na chamada posição cirúrgica, ou seja, aquela que o cirurgião precisa conhecer antes da intervenção. Esta nova técnica pode constituir uma metodologia alternativa ou complementar aos atuais métodos de localização pré-operatória, uma vez que, ao contrário destes, não requer intervenção prévia, o que reduzirá tanto o impacto psicológico no paciente como os custos do protocolo pré-operatório.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum em mulheres em todo o mundo. Em 2020, foram diagnosticados 2,3 milhões de novos casos, representando cerca de um quarto de todos os cânceres em mulheres. Melhorias no diagnóstico radiológico e nos programas de detecção precoce aumentaram a identificação de lesões mamárias não palpáveis ​​cujo tratamento é a cirurgia conservadora. O objetivo da cirurgia conservadora é a retirada do tumor e de uma pequena margem de tecido ao seu redor, mantendo a forma da mama como um todo.

O diagnóstico pré-operatório por imagem tem utilidade limitada como ferramenta para orientar a cirurgia, uma vez que as imagens são adquiridas em posições muito diferentes da posição em que a cirurgia é realizada. Portanto, é necessário localizar lesões mamárias ocultas antes da intervenção. Atualmente, as técnicas de localização de lesões antes da cirurgia apresentam muitas limitações e requerem intervenção adicional.

No novo trabalho realizado por pesquisadores do Grupo de Tecnologias de Imagens Biomédicas da UPM e do CIBER-BBN, que contou com a colaboração do Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón, do Hospital HM Sanchinarro e da Universidade Carlos III de Madri (UC3M), uma nova técnica estima a localização do tumor na posição cirúrgica, o que pode fornecer uma metodologia alternativa ou complementar aos atuais métodos de localização pré-operatória utilizados na prática clínica. O novo método combina as informações da imagem pré-operatória com as da superfície do paciente, adquiridas no centro cirúrgico por meio de um scanner óptico, e assim é possível determinar a posição do tumor na posição da cirurgia.

Os resultados obtidos com dados de casos clínicos mostram a possibilidade de obter a localização precisa do tumor a partir de uma única imagem pré-operatória e da superfície do paciente adquirida na posição cirúrgica, alternando minimamente o protocolo pré-operatório.

A técnica desenvolvida foi implementada para inclusão em uma ferramenta capaz de apresentar ao cirurgião o cenário intraoperatório com modelos tridimensionais da superfície e da lesão, bem como sua projeção na pele. Desta forma, uma leitura rápida e intuitiva da cena intraoperatória pode ser fornecida para orientar a ressecção do tumor. Os resultados são promissores e comparáveis ​​aos métodos existentes que envolvem mudanças significativas no protocolo de imagem pré-operatório.

“Ao possibilitar uma nova forma não invasiva de localizar lesões antes da cirurgia, futuras aplicações deste trabalho podem ter um impacto significativo na prática clínica. Por exemplo, evitando uma intervenção adicional e reduzindo o impacto psicológico para o paciente e reduzindo os custos do protocolo pré-operatório”, concluiu a Dra. Felicia Alfaro, pesquisadora da UPM que participou do estudo.

Os resultados foram publicados na revista científica IEEE Access.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte: UPM. Imagem: sasint via Pixabay.

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