Notícia

Videolaparoscopia para tratamento da doença diverticular do cólon

Pixabay

Fonte

Journal of Coloproctology

Data

quarta-feira, 5 abril 2017 10:55

Áreas

Medicina. Cirurgia. Gastroenterologia. Coloproctologia.

A doença diverticular do cólon (DDC) é a quinta doença gastrointestinal mais frequente nos países desenvolvidos do ocidente com índices de mortalidade de 2,5 por 100.000 habitantes por ano. Entre 10 e 25% dos portadores de DDC desenvolvem diverticulite e o sigmoide é a área mais acometida em 90% dos casos. A indicação cirúrgica para tratamento da DDC é baseada na gravidade do quadro clínico, na severidade e persistência dos sintomas, na idade do paciente e na falha do tratamento não cirúrgico. O procedimento comumente realizado é a retossigmoidectomia por via aberta.

A técnica por videolaparoscopia para tratamento da DDC possibilita menor agressão cirúrgica, diminuindo o sangramento e a dor no pós-operatório, assim como uma recuperação mais precoce para retorno as atividades quando comparada com a cirurgia tradicional. No entanto, apenas cerca de 10% dos cirurgiões realizam esse procedimento para tratamento da DDC.

Um artigo publicado na edição de janeiro/março de 2017 do Journal of Coloproctology pelo cirurgião Dr. Vinicius Pires Rodrigues e colaboradores da Fundação Lucas Machado (FELUMA), Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais em Belo Horizonte comparou a ocorrência de complicações, taxa de conversão, utilização de estoma, óbito e tempo de internação entre 35 pacientes submetidos a retossigmoidectomia por videolaparoscopia para DDC e 30 pacientes submetidos ao mesmo procedimento cirúrgico por outras causas. O estudo foi realizado no período entre janeiro de 2008 e dezembro de 2013 no Hospital Felicio Rocho em Belo Horizonte. Os dois grupos foram classificados em relação à idade, sexo, presença ou não de comorbidades e classificação ASA. Observou-se que não houve evidências indicando diferença significativa entre os grupos. Não houve complicações operatórias, necessidade de estoma, bem como óbitos ou fístulas nesta análise. Com relação ao tempo de internação e a duração da cirurgia houve similaridade entre os dois grupos. Outro problema comum consiste na conversão intra-operatória do procedimento videolaparoscópico para a via aberta devido a formação de adesões e fibrose em local secundário ao processo inflamatório intestinal. Nesse estudo esse procedimento foi necessário em apenas três casos (4.63%).

A conclusão do estudo foi que o tratamento cirúrgico eletivo videolaparoscópico da DDC no grupo analisado não apresentou diferença quanto às complicações, o tempo de cirurgia e o tempo de internação em relação ao grupo controle. Portanto, o tratamento cirúrgico laparoscópico da DDC traduz-se em excelente ferramenta tanto para o cirurgião quanto para o paciente.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: Journal of Coloproctology. Imagem: Pixabay.

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