Notícia
Videogame desenvolvido por pesquisador da Universidade do Porto pode ajudar crianças internadas com câncer
Interação pode ajudar a combater a ansiedade e o sedentarismo
Divulgação
Fonte
Universidade do Porto
Data
terça-feira, 7 novembro 2017 11:10
Áreas
Computação. Bioinformática. Tecnologias Móveis.
Era uma vez um menino que vestia pijama e que ganhava super poderes quando cortava o cabelo… A narrativa foge ao tradicional universo dos super-heróis, mas eles não poderiam estar mais presentes no HOPE, título do videogame desenvolvido por um pesquisador da Universidade do Porto, em Portugal, que se destina a ajudar crianças internadas com câncer a combater a doença.
O projeto nasceu a partir da constatação de dois problemas que costumam acontecer com crianças internadas com doença oncológica: a ansiedade e o elevado sedentarismo. Foi pensando nisto que Hernâni Zão Oliveira, estudante do programa de doutorado em Mídias Digitais da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, idealizou um videogame em 2D – para tablets e smartphones – onde os jogadores (dos 6 aos 10 anos) são desafiados a melhor entender a doença e a melhorar a sua condição física através do exercício físico.
Na prática, o HOPE conta a história de uma criança que, ao longo de vários níveis, percorrendo diferentes espaços (hospital, casa e escola) e contando com vários aliados (a família, o médico, os enfermeiros…) luta contra o câncer como um super-herói lutaria contra os vilões. Recorrendo a uma tecnologia inovadora que detecta os movimentos das crianças, o jogo inclui ainda uma parte de entretenimento que contempla a prática de exercício físico, para que os usuários consigam melhorar a sua condição física, respondendo de modo mais eficaz aos tratamentos.
A forte interatividade e o design chamativo também são diferenciais do videogame. Pretende-se deste modo “cativar a atenção dos mais novos e fazer com que o período de tempo que passam no hospital, em casa e na escola seja mais saudável e produtivo”, destaca Hernâni Zão Oliveira.
Criado a partir de uma parceria entre a Universidade do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto e a startup de comunicação em saúde BRIGHT, o jogo (cujo lançamento está previsto para 2018) é apenas uma parte de um projeto que se destina também a quem acompanha as crianças no processo de tratamento. Nesse sentido, foram desenvolvidos um guia e um aplicativo móvel pensados para os pais e cuidadores e que, recorrendo à mesma narrativa utilizada no videogame, têm como função ajudá-los a responder às dúvidas que vão surgindo nas crianças.
Reconhecimento internacional
Finalista dos concursos “The Next Big Idea” e do “Prémio Nacional Indústrias Criativas”, o Projeto HOPE chamou recentemente a atenção da multinacional Astellas Pharma, que o selecionou entre os cinco finalistas da segunda edição do Astellas Oncology C3 Prize. Promovido em parceria com o investidor Robert Herjavec, este concurso internacional visa distinguir projetos de base tecnológica que promovam o bem-estar de doentes com câncer e dos seus cuidadores.
Selecionadas a partir de mais de 160 projetos oriundos de 21 países, as cinco ideias finalistas – que incluem ainda dois projetos dos EUA, um da Irlanda e um da Bélgica – vão ser apresentadas no próximo dia 13 de novembro, na Cidade do México, durante a conferência anual da União Internacional para o Controle do Câncer, a World Cancer Leaders’ Summit. Ao vencedor será atribuída uma bolsa no valor de 50 mil dólares e uma sessão de consultoria com Robert Herjavec.
Para Hernâni Zão Oliveira, pesquisador responsável pelo PROJETO HOPE, “este é um importante reconhecimento para divulgar nacional e internacionalmente o potencial português no desenvolvimento de projetos multidisciplinares na área da Inovação em Literacia em Saúde, um campo ainda recente de estudo, mas altamente pertinente”.
Fonte: Tiago Reis, Universidade do Porto. Imagem: Divulgação.
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