Notícia

Vasos sanguíneos desenvolvidos com bioengenharia podem se transformar em tecidos vivos

Divulgação, Universidade Yale

Fonte

Universidade Yale

Data

sexta-feira, 29 março 2019 10:50

Áreas

Bioengenharia. Engenharia Biomédica. Biomateriais. Biomecânica.

Pesquisadores da Universidade Yale e da empresa Humacyte, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um longo estudo clínico sobre o uso em humanos de vasos sanguíneos desenvolvidos com bioengenharia. Os resultados parciais do estudo foram publicados no último dia 27 de março na revista científica Science Translational Medicine e mostram que esses vasos – desprovidos de quaisquer células no momento em que foram implantados em pacientes – haviam contraído células, o que transformou as estruturas iniciais em tecidos vivos que poderiam transportar sangue e se auto-recuperar após uma lesão. Eles se transformaram, essencialmente, nos próprios vasos sanguíneos dos pacientes.

“O que isso mostra é que esses implantes realmente estimulam as células dos receptores a repovoar os vasos e assumir as características que esperávamos nas células”, disse a Dra. Laura E. Niklason, professora de anestesiologia e engenharia biomédica em Yale e co-fundadora da Humacyte.

Os vasos foram implantados em pacientes com doença renal terminal, sujeitos à hemodiálise três vezes por semana. O procedimento, no qual uma máquina filtra o sangue de resíduos, sais e outros materiais, é frequentemente administrado através de um enxerto feito de um material sintético como o Teflon. Esses enxertos, implantados no braço, possuem um alto risco de infecção, coagulação e cicatrização.

Os vasos acelulares humanos desenvolvidos por bioengenharia na Humacyte são formados pela colocação de células humanas de tecido muscular liso em uma estrutura tubular (scaffold). Elas crescem in vitro e permanecem em um biorreator por oito semanas, período em que a estrutura se degrada. Todas as células são então removidas e as estruturas são “limpas” de qualquer coisa que possa desencadear uma resposta imune. O que resta são estruturas mecanicamente robustas, semelhantes a cordas, feitas de colágeno e outras proteínas. Essas proteínas são encontradas consistentemente em seres humanos, o que é um elemento-chave para a aceitação dos vasos.

Os primeiros vasos foram implantados em humanos há mais de seis anos, e alguns desses implantes ainda estão sendo usados ​​para diálise. A pesquisa publicada hoje é um dos mais longos estudos de acompanhamento realizados com tecidos de engenharia em humanos.

Atualmente, a Humacyte está finalizando um estudo clínico de fase 3 que compara estes vasos aos enxertos sintéticos. Os pesquisadores também estão se inscrevendo para um segundo ensaio de fase 3, no qual os vasos serão comparados a fístulas arteriovenosas, outro procedimento usado para diálise, no qual uma artéria é conectada a uma veia.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).

Fonte: Universidade Yale. Imagem: Divulgação, Universidade Yale.

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